sábado, dezembro 15, 2007

segunda-feira, outubro 22, 2007

FIM


O tudo que dá em nada...

Pinhacolada produções caseiras, Lda.

segunda-feira, outubro 15, 2007

País: Portugal

O título é de um tema da Banda do Casaco, do álbum "Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos", gravado em 1977. Passaram 30 anos. Terão mesmo passado?

(...)
Portugal de capital Lisboa
é pena capital pena seres apenas
a cabeçorra gigantesca e mal pensante
que nasce entre as pernas do Tejo
é pena capital pena que em ti
se escrevam os livros da incultura
que em ti se diga a liberdade
em bocas libertinas

Portugal
país fardado à força
país forçado à farda
país fadado à forca
(...)

******
Temos o fisco com a dita dura
perante o mais fraco e cumpridor
e com a dita mole
perante os cabeças grandes que controlam
nada disto nos espanta
é certo e sabido
mas há quem goste e aprove
serem sempre os mesmos os fodidos
fode o rico e o pobre
fode quem pode e não quem quer
para que uns fodam outras são fodidos
há sempre quem se foda melhor

Se a coisa anda mole
que ninguém se atrapalhe
há poder na língua e na mão
sempre houve e há-de haver

sonhei que um dia
começaremos de novo a pensar
e deixaremos de ser fodidos
e passaremos nós a foder

*******

no baixo alentejo

Ao cair da noite aparece-me uma lebre no meio da estrada. Mato ou não mato, eis a questão. A gaja ziguezagueava à frente da viatura, completamente desorientada, enquanto os três putos se desmanchavam a rir; o mais pequeno até dizia que a lebre estava a dançar para nós. E de facto parecia que dançava! Ora virava para a esquerda, ora virava para a direita, depois dava mais uns passos e voltava a virar...Mato não mato, dou-lhe com os máximos mas abrando e mantenho a velocidade reduzida até que o animal sai da estrada e desaparece no escuro. Pensei que seria comida a mais para o dia seguinte; pois se já havia dois borregos e um porco à espera de serem comidos. Já era matança a mais. Mas parece que fiz mal, pois toda a gente me disse que devia ter-lhe passado por cima e que aquilo dava bom petisco. Opiniões.

quarta-feira, outubro 10, 2007

no baixo alentejo

Sexta à tarde abalámos directos ao baixo alentejo. Adorei não ir pela auto-estrada. Saímos ali na marateca e enfiámos na nacional, para poupar nas portagens e ver belas paisagens e pessoas. Havia pouco trânsito e deu para apreciar e reviver o canal caveira, a mimosa, aljustrel e castro verde pela tardinha. Depois entrámos no pior pedaço de estrada que fiz em muitos anos: entre castro verde e a aldeia de são marcos da atabueira, a estrada continua até mértola e disseram que melhora lá mais para a frente, e também disseram que as obras estão para breve.

São marcos da atabueira é uma aldeia que, contrariando a tendência geral nesta zona, tem muita gente nova e muitos putos pequenos. É verdade. Há um parque infantil, as ruas estão sempre limpas, têm gente, umas famílias de ciganos montaram tendas junto à aldeia, têm um clube de futebol, com campo e ringue, vai-se ao café à noite e há pessoal a conversar nas calmas, a dar uma mirada num filme americano que passa na tv cabo...
Servem aqui uns tirinhos (uns copos minúsculos) de medronho, que caem muito bem a seguir a uma dose dupla de bacalhau com natas feitos na famosa máquina bimby. E vai-se ao que lá se chama o café do centro, que ali se situa nas instalações da junta de freguesia. Esta ideia de centro existe em várias aldeias da zona e é muito mais que um café: é o centro da localidade, onde as pessoas se reunem para algum assunto importante que diga respeito à vida comum, para actividades lúdicas e artísticas, beber copos, ver a bola, etc... Àquela hora o centro estava quase a fechar, mas como aparecemos lá uns cinco eles já não fecharam e nem ficaram chateados por causa disso, o rapaz até meteu um dvd dos metallica com a orquestra, ficámos a conversar e foi chegando mais pessoal, uns jogaram às cartas, outros snooker e outros beberam mais uns medronhos. Só que este medronho não era tão bom como o do café do chico, mas também não era de deitar fora.

Mais tarde fomos visitar a padaria, onde fazem o pão que carregavam em carrinhas para dali a umas horas abastecer vários locais de beja. Ao sábado vendem o pão todo. É um pequeno negócio familiar. Lá teve que se beber mais uma cerveja e fumar-se uma cigarrada ao luar, perante o olhar pachorrento do cão de guarda que se aninhava para dormir. Falámos sobre uma autocaravana que estava ali nas traseiras. Fora ali parar por obra e graça de um moço ucraniano, que chegou lá a viver, só que agora teve um acidente numa obra e actualmente está no hospital de beja um bocado mal. Tinha a porta aberta e fomos ver lá por dentro. Era muito confortável e espaçosa, equipada com tudo o que tem uma casa normal. Tinham tentado arrombar uma janela e o ucraniano pediu para a deixarem ali ficar.

O longe ouvia-se o motor de uma mota a romper a calmaria da noite na planície...

quinta-feira, setembro 27, 2007

Exageros

Foi para aí em Julho de 1985 que o Santoantoniense organizou um torneio de futebol que fez história. Houve competição de séniores, juniores e juvenis. Eu alinhava pelos juvenis do União Desportiva de Vila Chã. Não me lembro da classificação nem de quem ganhou e de outros pormenores que o tempo levou. Mas lembro-me que a equipa da Fonte do Feto ficou em último lugar. Era formada por aqueles tipos assim meio agricultores a quem chamavamos caramelos e sofreram uns 30 e tal golos e só marcaram um. E que golo! Disto lembro-me porque foi no jogo que disputámos com eles. A partida aproximava-se do fim e nós tinhamos uma vantagem de 10-0. Houve golos de todas as formas e feitios. Quando já toda a gente se preparava para o apito final, eis quando eles vão em direcção à nossa baliza, mais determinados que nunca, um gajo grandalhão mas tosco consegue fintar o guarda-redes (acho que esta era o Paulo Maricas) e com as redes à sua frente empurra a bola para golo. Era o seu tento de honra, até achei que era simpático. Mas qual tento de honra qual quê! Aquilo para eles significava uma Liga dos Campeões, uma Taça do Mundo, o ponto mais alto da glória desportiva. O bacano dá uma volta completa ao campo perseguido pelos colegas, de braços no ar, tudo aos gritos de "golo!", os suplentes entraram em campo, as mães e avós que assistiam entraram em campo, buzinas de carros soaram...só faltou ser feriado na freguesia. Ficámos de início estupefactos e foi uma risada. Ainda por cima os gajos não estavam no gozo; aquilo era mesmo a sério; aquele golo foi a maior explosão de alegria que vi até hoje num jogo de futebol. A sério.

Pois agora tem andado para aí um sururu com os "Lobos" do rugby (ou será râguebi?) que me provocou o mesmo tipo de estupefacção. Levaram tareia de todos os brutamontes que defrontaram mas como são "amadores", coitados, têm a simpatia de toda a gente, ao ponto de as tvs não falarem de outra coisa, se não contarmos com o Mourinho, claro. Ele é directos dos estágios, entrevistas a betinhos excitados, cachecóis a dizerem campeões do mundo, recepções no aeroporto e sei lá que mais. Não se compreende tanto exagero. Deram o seu melhor, tudo bem, mas vamos a ter calma, acordem lá e vejam que não se ganhou nada para além de alguns jogadores que farão uns contratos em ligas estrangeiras.

Imagino a Fonte do Feto em 1985 a receber os seus heróis e a festa que não terá sido.

Mas finalmente houve alguém que se cagou para o futebol, embora já tenha por lá andado. Faço aqui um elogio ao Santana Lopes. Ontem interromperam o homem na Sic por causa de um directo da chegada do Mourinho à Portela, o gajo não gostou e foi-se embora do programa. Muito bem. Já é tempo de deixarem de nos atirar com a merda das inutilidades da bola para os olhos. Esse ópio informativo que queima os neurónios.

segunda-feira, setembro 24, 2007

A Tomada da Ilha do Rato

23 de Setembro de 2007

A Ilha do Rato situa-se a meio do Rio Tejo, entre o Lavradio e o Montijo.



Chegada à ilha a bordo do varino Pestarola.



Desembarque e tomada da ilha. Erguer da bandeira e belo churrasco a bordo, regado com boa pinga de Felgueiras, Alentejo e sumos variados. Só faltou o café, mas não se pode ter tudo.



A Frente de Libertação da Ilha do Rato (FLIR) promete novas acções no futuro e deseja a todos os seus associados e simpatizantes que sejam felizes.

sexta-feira, setembro 21, 2007

Land Of The Free?

Venderam-nos aquele país como a terra da liberdade...
Desde que não façam as perguntas que interessam.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Se-calhari...

Ena pá!

Scolarious Clay





Scolari perdeu a cabeça
Scolari passou-se
Se-calhari não lhe acertou
Se-calhari foi bem feito
Se-calhari não jogámos nada
Se-calhari não é novidade nenhuma
Se-calhari são uns mimados
Se-calhari é um frete ir à selecção
Se-calhari os outros eram melhores
Se-calhari com o Figo ganhávamos
Se-calhari ou é 8 ou 80
Se-calhari ainda vamos ao euro
Se-calhari não
Se-calhari não temos é avançados
Se-calhari jogam para a fintinha bonita
Se-calhari andam nas putas
Se-calhari vão castigá-lo
Se-calhari ele tá-se a cagar
Se-calhari vai-se confessar
Se-calhari confundiu-o com o Rui Santos
Se-calhari o sérvio não merecia
Se-calhari perdoa-lhe
Se-calhari já chega

segunda-feira, setembro 10, 2007

sexta-feira, setembro 07, 2007

Há 10, 20 e 30 anos

Há 10 anos estava na berra:
The Verve "Drugs don´t work"(single) - Pois não!
Oasis "Be here now"(álbum) - Uns bifes chatos e cheios de manias, fartaram-se de vender e só foram devidamente reconhecidos ao serem apedrejados e corridos do palco no Sudoeste.

Há 20 anos estava na berra:
Rick Astley "Never gonna give you up" (single) - O Paulo Nascimento adorava irritar a malta cantarolando esta verborreia. Ia-se à praia com gravador e o gajo levava a cassete. Apanhava-nos no banho e metia a dita cuja em alto volume.
Michael Jackson "Bad"(álbum) - Coitado, olha o que lhe aconteceu...

Há 30 anos estava na berra:
Elvis Presley "Way down"(single) - Acabadinho de morrer.
Elvis Presley "40 greatest hits"(álbum) - Mal esticou o pernil, a editora tratou logo de lucrar com o morto.

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Amanhã, na Festa do Avante!, musicalmente destaco:

Palco 25 de Abril
16h - Chullage
18h - Brigada Victor Jara
19h30m - Tora Tora Big Band
20h30m - Cristina Branco
21h30m - Fanfare Ciocarlia
23k - Chicago Blues All Stars

Auditório 1º de Maio
16h - Kora Sons
17h - Deolinda
23h - Toumani Diabate´s Symmectric Orchestra

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Somague no pomar das laranjinhas?
Arquive-se, a bem da nação...corruuup*%$4

Avante!?
Investigue-se, envie-se brigada de contas!

Siga!

sexta-feira, agosto 31, 2007

Nisto somos "Rapid"...

O Simplex é um programa de controlo que usa os portugueses como cobaias.
Nisto somos rápidos.
O futuro é já ali, rumo à ditadura electro

segunda-feira, agosto 27, 2007

“ Vendem-se Ideias, S.A. ”

Por Ah Nip

Tudo o que dá prazer é taxado
Tudo o que é positivo é ignorado
Tudo o que conta
é viver à conta
do vizinho do lado
que é meu amigo ou conhecido
e que por sinal é simpático
e não vê que é enganado
e esmagado
pelo dia a dia com o dinheiro contado
que acorda com um ar estafado
cansado e mal disposto
é sempre tudo igual
tanto trabalho e tantos desempregados
cada vez mais máquinas a vigiarem-nos
com tantos dados nossos registados
nova ordem mundial
velhos métodos sofisticados
ditam a saúde e a beleza
que devemos seguir
e vamos esquecendo
que podemos sonhar
que podemos pensar
que podemos sentir

somos uns reles prostitutos
abandonados e sem rumo

mas as ideias ainda deviam contar
e não serem apenas produtos de mercado
por vezes a crédito
por vezes em saldo
outras consolidado
e ditadas por um chulo engravatado
e com discurso preparado

sexta-feira, agosto 24, 2007

Som + Curtidos



Alguns discos e sons mais curtidos neste Verão:

Tinariwen - Aman Iman
Música do deserto do Mali, cânticos tuaregs, blues de guitarras incendiárias e tambores hipnóticos. Uma revelação; se Hendrix tivesse nascido e vivido no Sahara soaria assim. O melhor que ouvi este ano.

Vários - Sun is shining
Compilação da revista Mojo de Julho, dedicada aos sons jamaicanos e ao 30º aniversário da edição de "Exodus". A revista faz um regresso ao passado e dá-nos conta da situação pessoal, social e política que rodeou o disco; desde o clima de guerra civil até à tentavia de assassinato de Marley. Vai desde o reggae, dub, dancehall e ska, com nomes grandes como Toots & The Maytals, Burning Spear, Bob Marley, U Roy, The Congos, Prince Far I, Lee Perry, The Heptones, entre outros. Boas vibrações.

Led Zeppelin
Compilação caseira com algumas das melhores pérolas desta lendária banda. Ouve-se bem em viagem. Uma espécie de redescoberta pessoal. Intemporal, como toda a boa música. Até já os putos se renderam a "Dyer Maker". A propósito, no Youtube apanha-se uma excelente versão acústica desta canção pelos brasileiros Cidade Negra.

Vários - Portugal Pop
Outra compilação caseira, esta dedicada a artistas portugueses de uma área mais pop. Com GNR, Linha Geral, Sheiks, Carlos Mendes, Corpo Diplomático, Radar Kadafi, Xutos, Daniel Nascimento, Belle Chase Hotel, Green Windows, Heróis do Mar, Ornatos Violeta, Pop Dell´ Arte, etc. Um disco de família.


Bob Marley/The Congos/Prince Far I
Mais um cd caseiro com sons da Jamaica. Reggae e dub vibrations. Dá-me boa disposição.

Kimi Djabaté - Terike
Músico da Guiné-Bissau e a residir por cá. Grande concerto no Amac em Junho. Tão bom que comprei logo o cd no final e pedi-lhe para me autografar. No futuro vai valer ouro. Por agora é uma injustiça este homem não ser mais conhecido. Belíssimos temas. No disco as emoções estão algo contidas, tendendo mais para a beleza e a harmonia dos sons, mas ao vivo as canções ganham outra vida, os ritmos são mais fortes e a dança toma conta do corpo. Toca bem no carro e na última semana foi mesmo dos mais tocados. Já consegui converter uma série de gente ao Kimi, desde os mais pequenos aos cotas.

quinta-feira, agosto 23, 2007

Viva! Mais uma União!

"Follow the money, follow the power."

NAU (North American Union)





Em Chateau Montbello, província do Québec, no Canadá, reuniram-se durante os últimos dias os líderes dos Estados Unidos, Canadá e México. Para quê? Para uns dias de férias, uns jogos florais, caça aos patos? Não. Bem, caça aos patos…não anda longe da verdade. Na realidade para engendrarem um acordo chamado Security and Prosperity Partnership of North América (SPP). Também conhecido como União da América do Norte. Uma espécie de União Europeia da América do Norte. Claro está que tudo foi feito à revelia dos respectivos cidadãos, parlamentos e congressos. E com o habitual silêncio dos me®dia. Como convém.

Em peso, lá estavam os habituais actores nestas andanças dos clubes exclusivos. Para além dos líderes políticos de cada país, estiveram presentes os representantes dos maiores lóbis e grupos de negócios da zona – os que irão ganhar mais com esta história-, como : Manulife Financial, Power Corporation of Canada, Ganong Bros. Ltd. , Suncor Energy Inc. , Bell Canada Enterprises , Canfor Corporation, The Home Depot , Scotiabank, Consejo Mexicano de Hombres de Negócios, Avicar, Consejo Nacional Agropecuario, Centro de Estudios Económicos del Sector Privado, Tubos de Acero de México, CONCAMIN, Grupo CYDSA , Finca Montegrande , Mittal Steel USA , New York Life , General Motors , Ford , Merck , Chevron , General Electric , Wal-Mart , Lockheed Martin , Kansas City Southern , Campbell's Soup , Gillette e Whirlpool. Estrelas poderosas como Rockefeller, Kissinger, Armitage e Brzezinski também marcaram presença.

O caminho estava aberto, desde há uns anos, pelo Tratado de Livre Comércio; que de livre nada tem; é antes um instrumento das corporações transnacionais liquidarem, primeiro localmente e depois globalmente, as soberanias de cada país até chegarem ao poder total e absoluto: económico, político e cultural do planeta.
O SPP prevê a integração das estruturas militares, de segurança, serviços de inteligência e das polícias dos três países, mas com o comando made in USA. Isto será vendido ao mundo como uma cooperação de países amigos, que criará empregos, mais segurança contra o terrorismo e outros blá, blás.

Há acordos militares que permitem aos Estados Unidos estabelecerem-se militarmente, e de forma permanente, no espaço comum.

Resultados disto:
1) Patrulhamento das fronteiras e dos territórios pelo exército americano;
2) A informação confidencial sobre os canadianos e mexicanos fará parte das bases de dados da CIA e do Homeland Security, como já acontece com cidadãos dos EUA;
3) As forças especiais e antiterroristas poderão entrar nas casas dos canadianos e dos mexicanos e levá-los para Guantánamo ou para qualquer outro campo de concentração para serem torturados em nome da segurança nacional;
4) Integração na estrutura militar americana e suas consequentes malfeitorias - Afeganistão, Iraque, Médio Oriente, torturas, assassinatos, violações, campos de concentração, etc., etc.

Está ainda na calha a criação de uma moeda única, provavelmente denominada “Amero”. Se a União Europeia foi tão fácil de concretizar, eles acreditam que esta união será igualmente bem sucedida. Expõem as vantagens, os me®dia repetem-nas até à exaustão, a malta aceita ou desliga o receptor e tudo se concretiza sem grandes dificuldades. Ou seja, dão um chouriço e ficam o porco.



Christopher S. Bentley, num artigo intitulado “Immigration and Integration”, aponta quatro estágios principais através dos quais se chegará à integração total:

1. A super-elite cria uma área de livre comércio. Nas sombras vão criando controles políticos e burocráticos;
2. Cria uma união aduaneira. Implementa e expande a burocracia;
3. Cria um mercado comum. Fim das restrições à migração de capital e trabalho. As fronteiras tornam-se desnecessárias;
4. O Mercado Comum evolui para uma união económica. Estrutura legal, regulamentos e impostos comuns, moeda única. (No caso em apreço já tem nome: Amero);
5. União política, desenvolvida através do sistema de “parcerias público-privadas” (PPP), uma simbiose entre banqueiros, corporações e burocracia estatal.


Nota: Informações mais ou menos roubadas/obtidas nos sites abaixo, para não passar por autor daquilo que não me pertence. Parece que anda por aí uma tendência...Mas isso é o que menos importa para o caso; o importante é desmascarar os malfeitores.

http://www.jbs.org/
http://www.danielestulin.com/
http://www.globalresearch.ca/

segunda-feira, agosto 20, 2007

Fotos das Férias

On the Road again


Veados - Parque Natural Tejo Internacional



Rosmaninhal



Piscina Municipal - Zebreira



Termas de Monfortinho



Não deu para ver tudo o que estava planeado porque estava muito calor. Fica, no entanto, a perspectiva de cumprir o roteiro lá por alturas de Março/Abril, quando o clima é mais ameno.


- Emigrantes -
De facto, não há muita pachorra para aturar esta fauna, principalmente os franciús. Para começar têm a mania que são muito bons. São pessoas que tiveram sucesso na vida. Os que ficaram têm inveja deles. Deslocam-se em bando. Vestem camisolas e bonés da selecção portuguesa de futebol, do Benfica (ir ao estádio da Luz faz agora parte do roteiro das vacances), ou do Ronaldo, ouvem música...pimba, gostam de ostentar (a última moda é trazer a mota 4x4) , vão todos os anos à santa terrinha, curtem as festas populares, a comida, o sossego, enfim, parecem adorar Portugal.
No entanto, por incrível que pareça e já que gostam tanto disto, não percebo porque não se expressam na nossa língua. Terão vergonha de falar mal? Não querem ser entendidos? Um gajo dá por si a pensar nestas merdas quando se vê rodeado por estes seres estranhos. Vá lá saber-se porquê. Ou melhor, um gajo até adivinha porquê: eles acham que este é um país pobre, inferior, sub-desenvolvido, isolado, atrasadinho da silva, etc, e querem-se distinguir; afinal eles vêm de la France, porra!

segunda-feira, agosto 13, 2007

Algures

Nos próximos dias vamos andar algures por estes lugares, longe da confusão das praias e das estradas engarrafadas...


A ver Espanha e por castelos de memórias espalhadas no tempo...

E por entre chegar e partir, a vida faz-se caminhando...

Boas férias

segunda-feira, agosto 06, 2007

Rato e Bola



Então não é que querem vender a ilha do Rato!


E até dizem que aquilo tem um dono!


Ora esta...! Pode lá ser!


Que coisa mais estapafúrdia, ou talvez não....afinal isto é Portugal. Tudo é possível.



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Nomes de Jogadores



Em meados deste mês terá início mais uma época de futebol, neste belo rectângulo à beira-mar plantado. Não sou bruxo e também não faço prognósticos (isso só no fim, como diria um certo jogador), mas aqui ganham sempre os mesmos e para aí de 40 em 40 anos deixam ganhar um outro. Deixemos isso. O que verdadeiramente me interessa agora é esse corrupio de entradas e saídas de jogadores; esse antro escuro da economia nacional que são as vendas e compras dos craques. Já sabemos: os nossos melhores estão lá fora nas melhores ligas, mas e os que chegam de fora serão melhores que os nossos piores (os que cá ficam)? Certo, certo é que me dei ao trabalho de ir ver a composição das equipas da 1ª e da Liga de Honra e ri-me um bom bocado; é que há jogadores com cada nome...e a haver um campeão nesta categoria, atribua-se já o título ao Boavista que conta com o valor de um Kifuta, de um Fleurival ou de um Laionel, entre outros. E que dizer de um Leixões que conta com o rei do rock e com um dos mais célebres escritores de sempre, ou daquele desgraçado do Guimarães chamado Mrdakovic, ou o Rabiola?


Mas vejamos, então, os nomes mais engraçados e sonantes de cada esquipa:


-1ª Liga-


Braga: Anilton, Stélvio e Jair

Belenenses: Weverson, Mano e Roncatto

Paços de Ferreira: Di, Dedé e Carioca

Leiria: Zongo, N´Gal e Jessuí

Marítimo: Ediglê (brasil, certo?), Olim, Wenio, Lipatin, Fogaça e Makukula

Naval: Café, China, Solimar, Elivelton e Saulo

Nacional: Patacas, Pateiro e Ávalos

Estrela da Amadora: Ndiaye, Goianira e Mossoró

Boavista: Tambussi, Jehle, Rissutt, Essame, Liendo (ler em portunhol), Fleurival, Diakité(tocador de kora?), Gajic (é um gajic fixe), Kifuta e Laionel (ritchie?)

Académica: Piloto, Tiero, Licá, Joeano, Gyano e N´Doye (não dói mas mói)

Setúbal: Besugo (em terra de peixe, só podia...), Kim Byung, Janício e Tábuas(do caixão)

Leixões: Elvis(o rei), Cervantes (d.quixote), Nwoko e Tales

Guimarães: Momha(moma aqui e cala-te), Geromel (lembra-me um licor), Rabiola(que nome tão infeliz!), Desmarets, Fajardo, Ghilas, Targino e Mrdakovic (é só acrescentar um "e" a seguir ao "m" e dá logo...merdakovic, imagino já os locutores a enrrolarem a língua com este, coitado do moço)

Benfica: Zoro (olha o zorro!) e Di Maria (e o di manel?)

Sporting: Polga, Pupo e Purovic (parece um medicamento)

Porto: Fucile (massas) e Bolatti (bolachas)



-Liga de Honra-


Beira-Mar: Buba(granda buba, uma vez marcou 3 ao sporting), Ratinho, Magno e Wegno

Aves: Defendi (por acaso é guarda-redes), Grosso e Tatu

Rio Ave: Delson, Chidi e Niquinha

Santa Clara: Accioly, Joseilson e Sociedade

Gondomar: Fabeta, Tinho e Rómulo

Feirense: Mamadi(é uma ordem), Macaé, Piri e Gabi

Varzim: Marafona, Malafaia e Ukra

Penafiel: Rafa e Calamari (eu gosto muito de comer)

Olhanense: Loukima, Toy(não é aquele que canta, pois não?), Fumo (e bebo) e Djalmir

Estoril: Caravana, Bicho e Dagil

Trofense: Valdomiro, Kika, Reguila e Cascavel

Gil Vicente: Hermes e Coentrão

Vizela: Fininho (uuh, uuh), Kita, Kata e Serjão

Portimonense: Etulain, Codó, Maxi (o super gelado) e Tarantini (pulp fiction)

Freamunde: Kiko, Pastel, Bock (fresquinha) e Cuco

Fátima: Indio e Edu Castigo (do senhor, concerteza)




quinta-feira, agosto 02, 2007

É Dreda Ser Angolano







Novos sons de Angola

Introduzindo ao mundo:

Conjunto Ngonguenha, Conductor, Ikonoklasta, Keita Mayanda, Os Turbantes, Cocas O FSM, Phay Grand, Das Primeiro...


"É Dreda Ser Angolano" Cd, Edição Fazuma


Ouvir, ver e explorar por aqui----

terça-feira, julho 24, 2007

Portinho D´Arrábida

Provavelmente a melhor praia de Portugal



Um velhote vai até à praia e põe-se a galar um grupo de gajas. Estas notam e comentam entre si:
- Olha o velho tarado só a olhar para nós.
- Com aquela idade também já não fazia nada.
- Olhem, eu vou lá tirar satisfações com o gajo.
E foi.
- Desculpe lá, o senhor não pára de olhar para nós, tá p´raí todo babado, há algum problema, queria alguma coisa?
- Eu não queria nada.
E diz a tipa:
- Querer até queria mas com essa idade já não fazia nada, não era?
- Ai fazia, fazia!
- Fazia? Então o que é que fazia?
- Olha, fazia uma grande casa de putas.

segunda-feira, julho 23, 2007

Passeio

Passeio no Pestarola, Domingo, 22 de Julho, 2007.



Tomada da baía do Seixal, com mergulho nas profundezas para verificação das condições sub-aquáticas e matérias fecais. Regresso ao quartel general provisório, o Naus Bar, para ingestão da ração de combate e contemplação das zonas já conquistadas pelos destemidos e valentes guerreiros do rio.








Brevemente, será efectuado um desembarque surpresa (?) na Ilha do Rato, sem tomada de reféns mas com almoço comemorativo dos grandes feitos marítimos já alcançados. Não faltará nem a boa pinga nem a bela gasosa, além da habitual língua afiada e boas tiradas filosóficas.


Estudou-se, ainda, a possibilidade de uma incursão a Montemor, subindo o rio por Pegões e Vendas Novas, para prova vinícola e típica caldeirada de xarroco com arnassa.


Siga!

terça-feira, julho 17, 2007

Jamaican Views - Runaway Bay

We´re Jammin´ at the pool...
Jamaican Beach



Jamaican Beer and...



Jamaican Sunset




Expressões mais usadas pelos jamaicanos:

Ya, man!

No problem!

Os manos, inicialmente, não são lá muito de confianças, depois lá vão colaborando e tornam-se mais simpáticos e brincalhões. Será da influência british? Andam quase sempre a cantar ou então em conversas em crioulo; do qual só percebemos algumas palavras inglesas.

Bob Marley é uma instituição nacional, bem como um produto turístico; aparece por todo o lado em t-shirts, porta-chaves, cinzeiros, isqueiros, discos, quadros, livros, toalhas, and so on...

sexta-feira, julho 06, 2007

Let´s Come Together!

Faz-me lembrar aquelas t-shirts...

Europeans do it better?

quarta-feira, julho 04, 2007

União EuroQuê?

"Agora que já lá estamos, vamos ter tudo aquilo com que sonhámos"
Ironizavam os GNR, no seu clássico Portugal na CEE.

Era tudo bom, vinha aí o progresso, melhor nível de vida, mais emprego, uma união de países de mãos dados e mais blá, blá, blá até cair. Tudo rosas. Não fomos chamados a decidir se queríamos embarcar nisto. Nem seremos no futuro.

Ah e tal, podemos circular "livremente" no espaço Shogun (ou lá como é que se chama), visitar os primos na França, ir a Badajoz, Maiorca, Ayamonte, Londres and so on, sem mostrar o BI ou o Passaporte. Sim senhor, muito bom!

Esta treta da UE é feita pelos ricos, para os ricos e explorando até ao tutano a maioria da população. Naqueles países com salários melhores e reformas jeitosas as pessoas ainda aguentam o embate, têm os imigras a fazer o trabalhos mais sujos e não sentem tanto as dificuldades como nós.

Mas aqui, no traseiro do continente, já começamos a sufocar com tanta Europa, até o mais alienado dos cidadãos, até o grunho da bola já viu que fomos todos enganados, principalmente com o euro.
Eu pensava que só acontecia comigo, mas quanto mais falo com outras pessoas mais reparo que a conclusão é sempre a mesma:
- Ninguém consegue juntar dinheiro; é chapa ganha, chapa gasta. Andamos cá para pagar contas e pouco mais. A malta só se aguenta até ao fim do mês com alguma criatividade e malabarismo financeiro. E quem é que não anda a pagar créditos, hem? Cada vez mais...

Temos a presidência por 6 meses-para mostrar uma imagem lavadinha, cheia de projectos de fachada, mão estendida aos que mandam naquilo, mandem lá mais uns pilins sff, desta é que vai ser, vocês vão ver..., é tempo para perguntar:

Para onde vai esta aventura da UE?

Entretanto, por cá, vamos entrando progressivamente num clima de intimidação, bufaria de estado, perseguição rasca e pacóvia, autoritarismo, vigilância de estado sobre os cidadãos, silenciamento da livre informação (da pouca que resta), ditadura dos impostos, privatização dos serviços públicos que dão lucro, desemprego, emprego precário, endividamento, enfim, uma lista de porcarias que nunca mais acaba.
Mas a malta aguenta...até aguentar.

E ninguém põe isto em causa? Não se podia voltar atrás em matérias que falharam, como no caso da moeda única? Não podiam ter definido apenas um valor único para os câmbios e mantinham as moedas de cada país?

Rumamos para o federalismo, só pode ser.

E aquela coisa sinistra do Banco Central que legitimidade tem para impôr cada vez mais austeridade? Nem sequer são eleitos, nem prestam contas a qualquer entidade minimamente independente, ou com legitimiade democrática. Sei lá se aquilo não serve para negócios escuros ou de lavandaria capitalista. Ninguém sabe.

Pronto, foi um desabafo. Agora de dar um bafo de nicotina e amanhã é um novo dia.

O Sócrates trata-nos da saúde, trata!

quarta-feira, junho 27, 2007

MBP- O Quê!




Surfistas judeus com barbas postiças (incluíndo a teclista).

MESHUGGA BEACH PARTY.

A não perder.

Clássicos como Shalom Alechem, e outros, agora com guitarras eléctricas, muita energia e pinta.

quarta-feira, junho 20, 2007

FMI Revisitado

Teria eu uns quinze anos quando me deram a ouvir o máxi-single "FMI", e embora não tenha assimilado tudo, aquilo teve um impacto enorme - não se conseguia ficar indiferente ao jorrar de emoções que o autor despeja ali de uma assentada..."ó mãe, eu quero ficar sozinho, eu não quero pensar mais, eu quero morrer...mãe". Eu vi aquilo como poesia punk. É deveras impressionante. Ontem e hoje.

A palavra, senhores, a Palavra.

" Valeu a pena a travessia?"

E o que é o Zé Mário Branco tem a ver com o Kalaf, Balla/Bullet, Ana Deus, Melo D, Sagas, Nel´Assassin e os Spaceboys?

Mais do que parece.

25 anos depois, o longo tema catarse vai ser revisitado pelos artistas mencionados.


Mais info aqui.


Para audição integral aqui.

Já agora, fica aqui a letra:

Cachucho não é coisa que me traga a mim
Mais novidade do que lagostim
Nariz que reconhece o cheiro do pilim
Distingue bem o mortimor do meirim
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Há tanto nesta terra que ainda está por fazer
Entrar por aí a dentro, analisar, e então
Do meu 'attachi-case' sai a solução!

FMI Não há graça que não faça o FMI
FMI O bombástico de plástico para si
FMI Não há força que retorça o FMI

Discreto e ordenado mas nem por isso fraco
Eis a imagem 'on the rocks' do cancro do tabaco
Enfio uma gravata em cada fato-macaco
E meto o pessoal todo no mesmo sacoA produtividade, ora aí está, quer dizer
Não ando aqui a brincar, não há tempo a perder
Batendo o pé na casa, espanador na mão
É só desinfectar em superprodução!

FMI Não há truque que não lucre ao FMI
FMI O heróico paranóico 'hara-quiri'
FMI Panegírico, pro-lírico daqui

Palavras, palavras, palavras e não só
Palavras para si e palavras para dó
A contas com o nada que swingar o sol-e-dó
Depois a criadagem lava o pé e limpa o pó
A produtividade, ora nem mais, célulazinhas cinzentas
Sempre atentasE levas pela tromba se não te pões a pau
Num encontrão imediato do 3º grau!

FMI Não há lenha que detenha o FMI
FMI Não há ronha que envergonhe o FMI
FMI ...

Entretém-te filho, entretém-te, não desfolhes em vão este malmequer que bem-te-quer, mal-te-quer, vem-te-quer, ovomalt'e-quer, messe gigantesca, vem-te vindo, vi-me na cozinha, vi-me na casa-de-banho, vi-me no Politeama, vi-me no Águia D'ouro, vi-me em toda a parte, vem-te filho, vem-te comer ao olho, vem-te comer à mão, olha os pombinhos pneumáticos que te orgulham por esses cartazes fora, olha a Música no Coração da Indira Gandi, olha o Muchê Dyane que te traz debaixo d'olho, o respeitinho é muito lindo e nós somos um povo de respeito, né filho? Nós somos um povo de respeitinho muito lindo, saímos à rua de cravo na mão sem dar conta de que saímos à rua de cravo na mão a horas certas, né filho? Consolida filho, consolida, enfia-te a horas certas no casarão da Gabriela que o malmequer vai-te tratando do serviço nacional de saúde. Consolida filho, consolida, que o trabalhinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, é o mais lindo de todos, como o astro, não é filho? O cabrão do astro entra-te pela porta das traseiras, tu tens um gozo do caraças, vais dormir entretido, não é? Pois claro, ganhar forças, ganhar forças para consolidar, para ver se a gente consegue num grande esforço nacional estabilizar esta destabilização filha-da-puta, não é filho? Pois claro! Estás aí a olhar para mim, estás a ver-me dar 33 voltinhas por minuto, pagaste o teu bilhete, pagaste o teu imposto de transação e estás a pensar lá com os teus botões: Este tipo está-me a gozar, este gajo quem é que julga que é? Né filho? Pois não é verdade que tu és um herói desde de nascente? A ti não é qualquer totobola que te enfia o barrete, meu grande safadote! Meu Fernão Mendes Pinto de merda, né filho? Onde está o teu Extremo Oriente, filho? Ah-ni-qui-bé-bé, ah-ni-qui-bó-bó, tu és 'Sepuldra' tu és Adamastor, pois claro, tu sozinho consegues enrabar as Nações Unidas com passaporte de coelho, não é filho? Mal eles sabem, pois é, tu sabes o que é gozar a vida! Entretém-te filho, entretém-te! Deixa-te de políticas que a tua política é o trabalho, trabalhinho, porreirinho da Silva, e salve-se quem puder que a vida é curta e os santos não ajudam quem anda para aqui a encher pneus com este paleio de Sanzala e ritmo de pop-xula, não é filho?A one, a two, a one two three

FMI dida didadi dadi dadi da didiFMI ...

Come on you son of a bitch! Come on baby a ver se me comes! Come on Luís Vaz, 'amanda'-lhe com os decassílabos que os senhores já vão ver o que é meterem-se com uma nação de poetas! E zás, enfio-te o Manuel Alegre no Mário Soares, zás, enfio-te o Ary dos Santos no Álvaro de Cunhal, zás, enfio-te o Zé Fanha no Acácio Barreiros, zás, enfio-te a Natalia Correia no Sá Carneiro, zás, enfio-te o Pedro Homem de Melo no Parque Mayer e acabamos todos numa sardinhada ao integralismo Lusitano, a estender o braço, meio Rolão Preto, meio Steve McQueen, ok boss, tudo ok, estamos numa porreira meu, um tripe fenomenal, proibido voltar atrás, viva a liberdade, né filho? Pois, o irreversível, pois claro, o irreversívelzinho, pluralismo a dar com um pau, nada será como dantes, agora todos se chateiam de outra maneira, né filho? Ora que porra, deixa lá correr uma fila ao menos, malta pá, é assim mesmo, cada um a curtir a sua, podia ser tão porreiro, não é? Preocupações, crises políticas pá? A culpa é dos partidos pá! Esta merda dos partidos é que divide a malta pá, pois pá, é só paleio pá, o pessoal na quer é trabalhar pá! Razão tem o Jaime Neves pá! (Olha deixaste cair as chaves do carro!) Pois pá! (Que é essa orelha de preto que tens no porta-chaves?) É pá, deixa-te disso, não destabilizes pá! Eh, faz favor, mais uma bica e um pastel de nata. Uma porra pá, um autentico desastre o 25 de Abril, esta confusão pá, a malta estava sossegadinha, a bica a 15 tostões, a gasosa a sete e coroa... Tá bem, essa merda da pide pá, Tarrafais e o carágo, mas no fim de contas quem é que não colaborava, ah? Quantos bufos é que não havia nesta merda deste país, ah? Quem é que não se calava, quem é que arriscava coiro e cabelo, assim mesmo, o que se chama arriscar, ah? Meia dúzia de líricos, pá, meia dúzia de líricos que acabavam todos a fugir para o estrangeiro, pá, isto é tudo a mesma carneirada! Oh sr. guarda venha cá, á, venha ver o que isto é, é, o barulho que vai aqui, i, o neto a bater na avó, ó, deu-lhe um pontapé no cu, né filho? Tu vais conversando, conversando, que ao menos agora pode-se falar, ou já não se pode? Ou já começaste a fazer a tua revisãozinha constitucional tamanho familiar, ah? Estás desiludido com as promessas de Abril, né? As conquistas de Abril! Eram só paleio a partir do momento que tas começaram a tirar e tu ficaste quietinho, né filho? E tu fizeste como o avestruz, enfiaste a cabeça na areia, não é nada comigo, não é nada comigo, né? E os da frente que se lixem... E é por isso que a tua solução é não ver, é não ouvir, é não querer ver, é não querer entender nada, precisas de paz de consciência, não andas aqui a brincar, né filho? Precisas de ter razão, precisas de atirar as culpas para cima de alguém e atiras as culpas para os da frente, para os do 25 de Abril, para os do 28 de Setembro, para os do 11 de Março, para os do 25 de Novembro, para os do... que dia é hoje, ah?

FMI Dida didadi dadi dadi da didiFMI ...

Não há português nenhum que não se sinta culpado de qualquer coisa, não é filho? Todos temos culpas no cartório, foi isso que te ensinaram, não é verdade? Esta merda não anda porque a malta, pá, a malta não quer que esta merda ande, tenho dito. A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer isto dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? Somos todos, ou anti-comunistas ou anti-faxistas, estas coisas até já nem querem dizer nada, ismos para aqui, ismos para acolá, as palavras é só bolinhas de sabão, parole parole parole e o Zé é que se lixa, cá o pintas azeite mexilhão, eu quero lá saber deste paleio vou mas é ao futebol, pronto, viva o Porto, viva o Benfica, Lourosa, Lourosa, Marraças, Marraças, fora o arbitro, gatuno, bora tudo p'ro caralho, razão tinha o Tonico de Bastos para se entreter, né filho? Entretém-te filho, com as tuas viúvas e as tuas órfãs que o teu delegado sindical vai tratando da saúde aos administradores, entretém-te, que o ministro do trabalho trata da saúde aos delegados sindicais, entretém-te filho, que a oposição parlamentar trata da saúde ao ministro do trabalho, entretém-te, que o Eanes trata da saúde à oposição parlamentar, entretém-te, que o FMI trata da saúde ao Eanes, entretém-te filho e vai para a cama descansado que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo neste mesmo instante, enquanto tu adormeces a não pensar em nada, milhares e milhares de tipos inteligentes e poderosos com computadores, redes de policia secreta, telefones, carros de assalto, exércitos inteiros, congressos universitários, eu sei lá! Podes estar descansado que o Teng Hsiao-Ping está a tratar de ti com o Jimmy Carter, o Brezhnev está a tratar de ti com o João Paulo II, tudo corre bem, a ver quem se vai abotoar com os 25 tostões de riqueza que tu vais produzir amanhã nas tuas oito horas. A ver quem vai ser capaz de convencer de que a culpa é tua e só tua se o teu salário perde valor todos os dias, ou de te convencer de que a culpa é só tua se o teu poder de compra é como o rio de S. Pedro de Moel que se some nas areias em plena praia, ali a 10 metros do mar em maré cheia e nunca consegue desaguar de maneira que se possa dizer: porra, finalmente o rio desaguou! Hão te convencer de que a culpa é tua e tu sem culpa nenhuma, tens tu a ver, tens tu a ver com isso, não é filho? Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! Que mais querem eles, que lhe ofereças a Europa no natal?! Era o que faltava! É assim mesmo, julgam que te levam de mercedes, ora toma, para safado, safado e meio, né filho? Nem para a frente nem para trás e eles que tratem do resto, os gatunos, que são pagos para isso, né? Claro! Que se lixem as alternativas, para trabalho já me chega. Entretém-te meu anjinho, entretém-te, que eles são inteligentes, eles ajudam, eles emprestam, eles decidem por ti, decidem tudo por ti, se hás-de construir barcos para a Polónia ou cabeças de alfinete para a Suécia, se hás-de plantar tomate para o Canada ou eucaliptos para o Japão, descansa que eles tratam disso, se hás-de comer bacalhau só nos anos bissextos ou hás-de beber vinho sintético de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não penses em mais nada, que até neste país de pelintras se acho normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar! Descontrai baby, come on descontrai, arrefinfa-lhe o Bruce Lee, arrefinfa-lhe a macrobiótica, o biorritmo, o euroscópio, dois ou três ofeneologistas, um gigante da ilha de Páscoa e uma Grace do Mónaco de vez em quando para dar as boas festas às criancinhas! Piramiza filho, piramiza, antes que os chatos fujam todos para o Egipto, que assim é que tu te fazes um homenzinho e até já pagas multa se não fores ao recenseamento. Pois pá, isto é um país de analfabetos, pá! Dá-lhe no Travolta, dá-lhe no disco-sound, dá-lhe no pop-xula, pop-xula pop-xula, iehh iehh, J. Pimenta forever! Quanto menos souberes a quantas andas melhor para ti, não te chega para o bife? Antes no talho do que na farmácia; não te chega para a farmácia? Antes na farmácia do que no tribunal; não te chega para o tribunal? Antes a multa do que a morte; não te chega para o cangalheiro? Antes para a cova do que para não sei quem que há-de vir, cabrões de vindouros, ah? Sempre a merda do futuro, a merda do futuro, e eu ah? Que é que eu ando aqui a fazer? Digam lá, e eu?
José Mário Branco, 37 anos, isto é que é uma porra, anda aqui um gajo cheio de boas intenções, a pregar aos peixinhos, a arriscar o pêlo, e depois? É só porrada e mal viver é? O menino é mal criado, o menino é 'pequeno burguês', o menino pertence a uma classe sem futuro histórico... Eu sou parvo ou quê? Quero ser feliz porra, quero ser feliz agora, que se foda o futuro, que se foda o progresso, mais vale só do que mal acompanhado, vá mandem-me lavar as mãos antes de ir para a mesa, filhos da puta de progressistas do caralho da revolução que vos foda a todos! Deixem-me em paz porra, deixem-me em paz e sossego, não me emprenhem mais pelos ouvidos caralho, não há paciência, não há paciência, deixem-me em paz caralho, saiam daqui, deixem-me sozinho, só um minuto, vão vender jornais e governos e greves e sindicatos e policias e generais para o raio que vos parta! Deixem-me sozinho, filhos da puta, deixem só um bocadinho, deixem-me só para sempre, tratem da vossa vida que eu trato da minha, pronto, já chega, sossego porra, silêncio porra, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me morrer descansado. Eu quero lá saber do Artur Agostinho e do Humberto Delgado, eu quero lá saber do Benfica e do bispo do Porto, eu quero se lixe o 13 de Maio e o 5 de Outubro e o Melo Antunes e a rainha de Inglaterra e o Santiago Carrilho e a Vera Lagoa, deixem-me só porra, rua, larguem-me, zórpila o fígado, arreda, 'terneio' Satanás, filhos da puta. Eu quero morrer sozinho ouviram? Eu quero morrer, eu quero que se foda o FMI, eu quero lá saber do FMI, eu quero que o FMI se foda, eu quero lá saber que o FMI me foda a mim, eu vou mas é votar no Pinheiro de Azevedo se eu tornar a ir para o hospital, pronto, bardamerda o FMI, o FMI é só um pretexto vosso seus cabrões, o FMI não existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio, rua, desandem daqui para fora, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe...
Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe.Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...
Assim mesmo, como entrevi um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o azul dos operários da Lisnave a desfilar, gritando ódio apenas ao vazio, exército de amor e capacetes, assim mesmo na Praça de Londres o soldado lhes falou: Olá camaradas, somos trabalhadores, eles não conseguiram fazer-nos esquecer, aqui está a minha arma para vos servir. Assim mesmo, por detrás das colinas onde o verde está à espera se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de lava-colhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. De quem é o carvalhal? É nosso! Assim te quero cantar, mar antigo a que regresso. Neste cais está arrimado o barco sonho em que voltei. Neste cais eu encontrei a margem do outro lado, Grandola Vila Morena. Diz lá, valeu a pena a travessia? Valeu pois.
Pela vaga de fundo se sumiu o futuro histórico da minha classe, no fundo deste mar, encontrareis tesouros recuperados, de mim que estou a chegar do lado de lá para ir convosco. Tesouros infindáveis que vos trago de longe e que são vossos, o meu canto e a palavra, o meu sonho é a luz que vem do fim do mundo, dos vossos antepassados que ainda não nasceram. A minha arte é estar aqui convosco e ser-vos alimento e companhia na viagem para estar aqui de vez. Sou português, pequeno burguês de origem, filho de professores primários, artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro, faltam-me dentes. Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto, muito mais vivo que morto, contai com isto de mim para cantar e para o resto.

José Mário Branco - FMI
Nota: FMI foi editado originalmente em 1982 no maxi Som, e reeditado em 1996 em 'Ser Solidário' ( EMI-Valentim de Carvalho).

terça-feira, junho 12, 2007

Nem Ota Nem Desota

Governo contrata técnico especialista habilitado para fazer estudo sobre novo aeroporto.





segunda-feira, junho 11, 2007

Sons Gregos no AMAC


Estoudiantina - assim se chama o grupo de gregos que toca músicas dos seu país, e que também viaja pelos sons dos balcãs e do mundo, até por Portugal. Tocaram na Sexta-Feira, 8 de Junho, no Amac. E foram uma agradável surpresa!
Pela reacção do público (infelizmente não eram muitos, mas eram bons!), tão cedo não devem esquecer o Barreiro.
Se inicialmente as coisas soavam estranhas aos presentes, pouco a pouco fomos entrando pelos sons adentro, e lá para a terceira música já se aplaudia de pé. Afinal, certas sonoridades não são assim tão estranhos como se poderia à partida pensar. A música tem o dom que quebrar barreiras e aproximar culturas e povos. Isto é inegável.
Além do mais, quem viu o filme "Zorba-O Grego" já se poderia considerar minimamente conhecedor, dado que eles interpretaram temas do compositor Mikis Theodoraquis, autor da música do filme. Já era um ponto de partida.
Entre tradicionais e canções gregas, ritmos dos balcãs e outros; como alguns apontamentos jazzísticos, eis que surge "Canção do Mar", com boa pronúncia e tudo. Exactamente. Mas não se ficariam por aqui... Certamente retribuindo a simpatia dos barreirenses, tocariam ainda "O Pastor" dos Madredeus e "Venham Mais Cinco" do Zeca. E que bem que elas soaram! Uma delícia!
No final, tiveram direito a encore, troca de prendas entre músicos, presidente da Câmara e embaixador da Grécia. Agradecimentos, festa e prazer. Estão perdoados por nos terem tirado o título europeu em 2004.
Receita simples para uma boa noite: Boa companhia, boa música e sorrisos nos lábios.

Ainda houve uma incursão ao Casbah, em Palhais, onde estavam uns bacanos a tocar jazz-rock com sabor claptoniano. No entanto, não permitiam que se conversasse e, além do mais, umas certas emanações negativas vindas de um anafado boémio estavam demasiado próximas. Bebemos e saímos. Melhores dias virão. Eu gosto daquele bar.

quarta-feira, junho 06, 2007

Novo de Manu Chao!!

Já se pode ouvir e ver o vídeo do novo single do grande Manu Chao, "Rainin in Paradize".
Cheira um nadinha a Ramones. Eu já me rendi.

Rocka aí, meu!

Go masai!
Go masai!

Novo álbum em Setembro.

Discos da vida de um gajo

Um dos discos da minha vida:


Vinte anos é muito tempo? Nem por isso. Muito menos quando as canções se entranharam de tal forma numa pessoa, que um gajo dá por si, recorrentemente, a trauteá-las. Pelos anos fora. Nunca nos abandonam. Jamais. E sem ouvir o disco. Há vinte anos. Bem, isto é, eu comprei-o na altura em vinil, ano 1987, discoteca da Universal, há vinte anos, mas a porra do gira-discos avariou pouco depois, talvez em 1988, então gravei-o em cassete, pois claro. Não podia passar sem as músicas. Não tinha massa para comprar outro aparelho e os discos foram ficando…, nunca os vendi, alguns desapareceram, outros foram emprestadados. Eu temia que este “Wharehouse: songs & stories” tivesse levado sumiço. Até tremia quando fui ver a prateleira…

Agora, anos depois, comprei por vinte euros(!) uma aparelhagem com gira-discos, é Philips e tudo, não é alta gama mas toca bem e para candonga feira da ladra street está porreiro. Mas o disco esta cá em casa, arrumadinho, em bom estado, dentro de saco protector e tudo o mais. Um mimo. São vinte canções e todas boas. Não há altos nem baixos, é tudo boa colheita. Foi um recuar nos anos, nas vivências, uma dança de memórias e sensações. Arrebatamento. A sua actualidade mantém-se intacta. È deveras curioso, incompreensível até, que os Husker Du nunca tenham tido o devido reconhecimento. Este trio (baixo, guitarra e bateria) começou por tocar um punk-noise-hardcore barulhento, nos inícios de 80. Eram de Minnieapolis, a terra do famoso Prince, e com o tempo, e de disco para disco, foram apurando uma síntese entre o ruído e a melodia que atingiria aqui o seu ponto mais elevado. Influenciaram todo uma geração de músicos que, bebendo na sua fonte, atingiriam muito maior projecção do que os mestres. Exemplos não faltam e são bem mais conhecidos: Pixies, Nirvana, Dinosaur Jr., Lemonheads, e por aí fora. Ou seja, aquela fornada de artistas que se projectaram em finais de 80 e com o êxito dos Nirvana, já no virar da década. Por ironia, este duplo-Lp foi o último da banda. Movidos pela força criativa de dois autores: Grant Hart(bateria e voz) e Bob Mould (guitarra e voz), e acompanhados pelo baixista Greg Norton. O primeiro mais raivoso e o segundo mais pop. Nos seus discos transparecia uma certa rivalidade, uma competição entre os dois no sentido de chegar à canção perfeita. Claro que isso não existe, mas o prosseguimento deste objectivo pode fazer pequenas maravilhas. Isso já se notava no anterior “Candy apple grey”, que começa à la Motorhead e vai até à folk de paisagens desoladas a perder de vista. No último trabalho da banda, a temática das letras centra-se nos medos, angústias, alegrias; nas dificuldades de adaptação do indivíduo na passagem da adolescência para a idade adulta. A inadaptação. Não eram isso os Nirvana e o movimento grunge? E aquela raiva gritada desde as entranhas e a autodestruição (até do próprio movimento) como saída para o problema, não era isso? Não andarão os chamados hypes do rock sempre à volta disto? Eu acho que sim.

Igualmente estranho, é nunca ter conhecido ninguém que gramasse tanto estes tipos como eu. Realmente estranho...

Os versos “poor bird flies up in the air, never getting anywhere…” resumem o sentido da coisa e ainda me fazem sentir nas alturas. Vinte anos depois.
Grande disco!

quarta-feira, maio 30, 2007

Mais desertos e afins...

Olha o nº2 da Al-Qaeda a dar razão a Almeida Santos!
Eles ameaçam fazer explodir as pontes...
Ah, e os desertos pertencem ao povo de Maomé.

TV Blogo

A propósito de desertos e camelos...

O Areias... está de volta.

Viva!

terça-feira, maio 29, 2007

sexta-feira, maio 25, 2007

O Deserto...



O ministro OTÁrio disse que vivemos no deserto. Al-Margem Sul. Um camelo sabe do que fala.

Ou então os camelos somos nós; que para irmos de carro a Lisboa temos que pagar portagem. Mas os da margem norte não pagam. No Porto não pagam, nem os da margem sul.

Temos humorista. A televisão estatal devia dar um programa ao homem. Talvez um Lino Fedorento, um Eu Show Lino, um Cabaret do Coxo...das ideias.

Também anda por aí uma certa vigilância e bufaria...

60 milhões de euros pagos a pronto. Tau! Toma e embrulha! É o novo parque temático, perdão, basílica e museu de Fátima. E o novo aeroporto ali bem perto. Ouvi alguém dizer que uma certa senhora, por sinal filha de um certo dono e senhor de um Palop, adquiriu há alguns anos uns terrenos bem localizados e tal...será verdade? Santos e Fátimas devem saber.

Valha-nos Nª Srª neste país abençoado pelo jogo adjudicado à Igreja!

sexta-feira, abril 27, 2007

Já não há pachorra para...

A "naturalidade" do Fernando Santos
Os recados cheios de nada do Cavaco
Paulo Portas is back
O Eusébio (boas melhoras) a promover o novo hospital
Os comentadores da sportv a lamberem o génio do Mourinho (porra, se o gajo tem os melhores jogadores, até o Zé Serra* tinha sucesso! Mas todos os tugas têm obrigação de serem fãs do Chelsea?)
O próprio Mourinho
Os grandes feitos do Cristiano Ronaldo
Os cartazes dos nazis no Marquês
O túnel
Salazar revisited is fashion
Carolinas, Pintos e Cia.
Marcelos e outros vendedores de gambuzinos na tv
Opas & Otas
As conversas dos fanáticos da bola
Arguidos alegados e jamais condenados
Independente e outros antros de chulice
As playlists das rádios (por onde anda a boa música?)

Ás vezes só apetece sair desta claustrofobia, descobrir que há mais neste país.



* Mítico treinador do União Desportiva de Vila Chã

terça-feira, abril 24, 2007

Ano-1981
Olhem-me só esta preciosidade
Capa de um single

Bob Da Rage Sense

Base: LX
"Menos Pão, Luz e Água"
Influências: Politics, Streets, Comunismo, Animal Rights

Bob da Rage Sense tirou o seu nome dos seus três ídolos - Bob Marley, Rage Against da Machine e Common Sense.

Vale a pena prestar atenção aos sons e palavras que este rapaz assina.
PALOP
Hora de Mudança
e mais info...

quinta-feira, abril 19, 2007

É a Loucura!

Este ano há uma carrada de festivais e concertos por cá. Coisa nunca vista. Um gajo começa a sonhar, a imaginar, faz contas, vê a agenda e começa a desesperar. Alguns locais também ficam longe, os festivais são bons para quem vai à molhada, porque há no máximo 2/3 artistas que me interessam ver, mas paga pelo todo.

Estes gostava de ver, se der:

SONIC YOUTH (Paredes de Coura, 15 Agosto )
GOGOL BORDELLO ( Paredes de Coura, 14 Agosto)
TV ON THE RADIO (Sbsr, 5 Julho)
TARTIT ( Sines, 26 Julho)
BEASTIE BOYS (Alive, 10 Junho)

TINARIWEN (Loulé, Festival Mediterrâneo, 29 Junho)
Mas estes...estes, pára já tudo! Tenho que arranjar maneira de os ver!
Estes manos elevam-nos num transe que um gajo até se arrepia, são de todo IMPERDÍVEIS.
No Youtube há partes de concertos deles. Editaram este ano um disco- "Aman Iman"- que é fabuloso! São um grupo de tuaregues do Mali que produzem magia em forma de música.

Frase da Semana

A melhor frase que ouvi esta semana foi esta:

"Anda-te embora, Leonardo Rafael!"

terça-feira, abril 17, 2007

Pinhacoladeras

Como esta cena começou um pouco no escuro, por tentativas meio imberbes, descobri mais tarde que ao se aceder ao meu perfil naquela espécie de arquivador que aparece, sou autor de vários blogs. Na verdade, andei durante uns tempos com a mania de inserir coisas no blog "O Império das Mentiras"; a ideia era denunciar verdades escondidas e manipulações dos poderes que a maioria da população não conhece, nem sonha que existem. E que determinam a sua vida. A nossa. Influência de certas leituras, naturalmente.
Mas cansei-me, não tenho tempo e tenho mais que fazer.
Isto de blogar não é assim tão importante para mim.
No entanto dá-me prazer descarregar para aqui umas ideias, qualquer coisa que me apeteça. Eu faço isto mais para mim. Não sigo uma linha editorial, por assim dizer. Não tenho um estilo definido. É para onde me dá e se der.

De qualquer modo, agora só tenho este chamado "Pinhacolada"...

E se alguém comentar...gosto!

Uma Democrática Máquina de Lavar




Segundo uma investigação do congressso dos EUA no ano de 2001, os bancos europeus e americanos lavam anualmente entre 500 mil milhões e 1 bilião de dólares do dinheiro procedente do crime internacional. Principalmente relacionado com a droga. Metade deste dinheiro é lavado pelos bancos americanos e é posto a circular na sua própria economia.

O que é que isto significa?

Significa que, sem este dinheiro, a sua economia, o valor do dólar e o seu estilo de vida entrariam em colapso. O dinheiro sujo cobre uma parte importante do défice americano, nenhum político, democrata ou republicano, quer cortar o fluxo deste dinheiro. Nem pode. A economia seria arruinada. A liderar o sistema de lavagem estão os insuspeitos maiores bancos daquele país e as grandes empresas cotadas nas bolsas.

No topo da pirâmide está o Citibank, o maior banco americano. Utiliza um sofisticado sistema clandestino de lavagem e opera em cerca de 100 países. A CIA utiliza-o. Financiou e lavou dinheiro de Raul Salinas (irmão do ex-presidente do México), financiou Omar Bongo(ditador do Gabão), os filhos do general Abacha (ex-ditador da Nigéria), entre outros . E há ainda o caso de Roberto Hernandez, grande proprietário de 15.000 hectares de terras junto a Cancún, México, conhecidas com a “península da cocaína”. A revista Por Esto publicou uma investigação que vinculava Hernandez ao tráfico de toneladas de cocaína para os EUA. A revista foi processada, mas o tribunal deu razão e por provado o artigo publicado. De referir que Hernandez é muito amigo de Clinton e de Vincent Fox, o que já de si diz muito.
Este Hernandez era dono do gigante mexicano Banamex , que foi comprado pelo Citibank. Hernandez converteu-se em conselheiro do Citibank.

Sem sequer as pessoas se darem conta, este dinheiro é parte muito importante do sistema financeiro. E como afirmou o vice-presidente Dick Cheney “o estilo de vida norte-americano é inegociável”.

(conferir em: danielestulin.com)

sexta-feira, abril 13, 2007

Caçar Patos


EUA, Carolina do Norte, Jekill Island, Novembro de 1910.

Sete homens foram caçar patos. Era o que deveriam dizer se lhes fosse perguntado sobre o propósito daquela reunião. Tinham apelidos como Morgan, Rothschild, Warburg e Kuhn-Loeb. Pertenciam a alguns dos maiores consórcios bancários do mundo, donos de um quarto da riqueza de então.

Os pequenos bancos, nos EUA, vinham ameaçando a hegemonia dos grandes, devido a uma política de juros baixos, e muitas indústrias possuíam fundos próprios de investimento gerados internamente por via dos lucros elevados, o que as tornava cada vez mais independentes dos empréstimos bancários. E não há coisa mais perigosa para os grandes bancos do que empresários com altos lucros a reinvestirem por si mesmos sem necessitarem dos seus empréstimos, sem serem as suas marionetas.

Os caçadores acharam necessário criar um cartel hegemónico de modo a combater esta situação, e forçaram uma situação em que se favoreceria o endividamento sobre a poupança. Para tanto, a moeda deveria ser desvinculada do ouro tornando-a abundante, mais elástica.
É que, até então, os bancos só podiam emitir títulos e empréstimos até ao limite do total dos seus depósitos convertidos em ouro. Passou-se a criar dinheiro do nada, na realidade dinheiro falso!


Utilizaram o aparelho estatal para colocar o cartel em prática, criando o Federal Reserve System.

A seguir era preciso estender para todo o mundo o que começara nos EUA.

Criou-se o Fundo Monetário Internacional (FMI) – para promover a cooperação monetária entre as nações, mantendo fixas as taxas de câmbio - e o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento, mais conhecido como Banco Mundial – com a função de emprestar dinheiro para os países devastados pela guerra e para países subdesenvolvidos.

O método utilizado era: abolir o ouro como base monetária internacional – até então as moedas eram trocadas com base no seu valor em ouro - e substituí-lo por papel-moeda politicamente manipulável – isto é, criação de dinheiro do nada!

Caçar patos, pois então, era o que eles diziam.

E que grande caçada!

quinta-feira, abril 12, 2007

KO aos EUA

Ora imaginem lá:

Uns bacanos vão a dar um kO à América.
Uma revolução,
Clandestina,
Dissidentes,
E Fidel, Chavez, Khadafi,
e muitos mais,
Como o Bin Laden,
Mais os seus suicidas..

Objectivo:
Fim da Ditadura dos EUA.

Tomaram a tv,
A rádio
E o Pentágono.
Fidel lê o comunicado.

Entretanto, alguém entra na Casa Branca
À procura daquele estupor,
Abre a porta:
Até que enfim seu ditador! Vais pagá-las!"

BANG! BANG! BANG!

Um delírio revolucionário?

Não imaginem mais, vejam.....

segunda-feira, março 26, 2007

Ganda Nóia!

Diz um:
- Então pá, parece que o Salazar ganhou!
O outro:
- Ganhou o quê?
- Aquele concurso da rtp, dos Grandes Portugueses ou lá o que é.
- Ao menos por uma vez ganhou uma eleição.


E veio um senhor que, babando-se de excitação, perguntou qual era o jornal que dava mais destaque à eleição do Salazar. Ora muito bem, sim senhor! Dizia ele, enquanto varria a notícia com o olhos a brilhar.

Um morto é sempre um homem bom.

sexta-feira, março 23, 2007

Perspectiva

PERSPECTIVA

A partir do grupo Plexus, banda que tocava Rock copiando os ídolos da época, formaram-se os Perspectiva, uma importante banda no panorama do Rock português, na Segunda metade dos anos 70 do século XX. O núcleo duro da banda era constituído por Tó Pinheiro da Silva (guitarra, flauta e voz) e Carlos Viana (piano eléctrico). Os restantes membros do grupo eram: Luís Miguel (baixo), Raul Rosa (bateria), Vítor Real(voz). A estes juntar-se-iam, mais tarde, José Firmino (percussões e voz) e José Manuel (guitarra).

A banda, uma das primeiras a enveredar pelo estilo "sinfónico" e "progressivo" (a par dos Tantra), formou-se no Barreiro. Tó Pinheiro da Silva era membro de outra banda muito importante, nessa época, a Banda do Casaco.

O primeiro disco gravado pela banda foi o "single" intitulado "Lá Fora A Cidade", que continha no lado dois o tema "Os Homens Da Minha Terra".

(in Memórias do Rock Português, Aristides Duarte, 2006)

Arquivo...

terça-feira, março 20, 2007

Plano Tecnológico

- Restos de notícias soltas -

É como um puzzle, separadas não fazem sentido, mas juntando as peças...





Novas tecnologias de controle na rotina dos portugueses

Ambulâncias serão equipadas com GPS

Projectos de RFID (Identificação por radiofreqüência).

Criação do Conselho Superior de Investigação Criminal (CSIC) e do Secretário Geral para a Segurança Interna (SGSI)

Pulseira electrónica já vigia presos de todo o País

Idosos testam pulseira localizadora com GPS em Portugal

Rastreamento de pessoas - inicialmente por meio de pulseiras

A Base de Dados Genética para fins de identificação civil e de investigação criminal

Cartão Único

Os chips medem 0.0508 milímetros de lado, parecendo grãos de pó

“Um centro de investigação em tecnologia RFID é a mais recente aposta da Sybase Portugal. Situado em Lisboa, este pólo deverá contar com uma estreita colaboração da Sybase espanhola e visa a «o desenvolvimento de frameworks opensource para o mercado empresarial»,

Representantes dos países que participaram na Espanha da XIII Conferência Ibero-Americana de Agricultura se comprometeram a implementar sistemas de rastreabilidade exigidos pela Europa nas importações de produtos alimentícios, incluindo a carne bovina

Implantes de microchips em pessoas e animais

VERICHIP INSTALA 15 SISTEMAS DE PROTECÇÃO A MENORES EM PORTUGAL – Portugal é o primeiro país da Europa a comprar e a instalar este sistema.
Os 15 Sistemas de Protecção a Menores foram instalados no Hospital da Luz (Lisboa), no Hospital São João de Deus (Vila Nova de Famalicão) e no Hospital São Teotonio (Viseu)

quarta-feira, março 14, 2007

Salazar e Sovaco - Consensos Fedorentos

Tem-se falado bastante no Salazar. Para mim continua a valer aquilo que me disse certa vez um senhor chamado João:
- O homem amava tanto a pátria que casou com ela. E fodeu-a (e fodeu-nos) até mais não.

Ainda não recuperámos do trauma.

E é como aquela síndrome que se traduz numa certa simpatia por quem nos trata mal…
Dão-se vivas, rebuscam-se dados positivos, e por aí fora…mitifica-se a personagem de um Grande Filho da Puta Português.
E não reparamos que outros controlos nos vão esmagando e sugando com esta governação dois em um - um produto bem embalado que se poderia chamar SOVACO (Sócrates + Cavaco).

Aqui, neste canto ocidental, ainda não precisam das ameaças terroristas para que aceitemos mais vigilância e menos liberdade. Aqui, por enquanto, tem chegado a novela das contas públicas e do défice para que não questionemos as políticas.
Pedem-nos sacrifícios há anos. Para o bem de quem? É só mais um bocadinho…
Os apitos dourados ajudam a distrair. Uma democracia formal de tachistas, uma democracia sem democratas.
Para mim, muitas medidas estavam na gaveta do Cavaco (um dia será como o dr., alguém dizia no tempo da outra sra.) desde o seu tempo como primeiro-ministro, por isso, o testa-de-ferro de serviço dá a cara e o agora presidente assina de cruz. E são só elogios de parte a parte. Como se viu na rábula dos Gato Fedorento.

Vive-se uma época de consenso bem fedorento, por sinal.
Quando já não se conseguir esconder mais a fraude, haverá lá fora um lugar feito à medida de mais um doce fugitivo. A reforma dourada, a sua recompensa. E nós por cá vamos desandando.

Para quem governa esta gente? Para o nosso bem? É que não parece.

Claro que não! Governam para os verdadeiros poderosos, para aqueles que para dominar nem sequer precisam de se submeter ao sufrágio dos cidadãos, porque têm quem lhes faça o serviço. É tudo uma questão de preço.

terça-feira, março 13, 2007

Duas Pechinchas

Naquele híper do Montijo, num cesto que tinha de tudo um pouco e após vasculhar bastante, encontrei estas duas preciosidades:



Beastie Boys - 3 euros
Neil Diamond - 2 euros (ainda há dias tinha hesitado perante os 15 euros marcados)


Só visto para se acreditar.

segunda-feira, março 05, 2007

Não Sejas Otário!




Nem Ota,

Nem desOta

Diz NÃO!

Há uma petição online para impedir a construção de mais um elefante branco- a Ota. Isto só interessa aos mesmos gulosos de sempre. Não vão em cantigas! Aquilo não nos faz falta nenhuma!

Lembrem-se que eles andam a cortar no ensino e na saúde, enquanto aumentam os impostos (até se fala num para o lixo!). Por sua vez, os especuladores imobiliários, banca e outros gatunos enchem os bolsos. Diz NÃO!

sexta-feira, março 02, 2007

Uma Tarde Em Setúbal

Era ainda um puto recém chegado ao Barreiro. Um conhecido do meu pai apareceu lá em casa com bilhetes para o jogo do fim-de-semana. O Benfica ia a Setúbal jogar contra o vitória. Eu pulei de alegria - também podia ir com os adultos, uau!

No domingo, ao início da tarde, lá fomos nós na carrinha toyota. Houve bifanas, minis e copos de tinto na Volta da Pedra. Para mim sumol laranja e uma bifana.
No estádio, coube-nos ir para o peão, que era em pé e tipo sardinha em lata. Mas lá consegui furar e cheguei-me à rede. Já não tinha mais ninguém à minha frente. Estava maravilhado com as cores das camisolas, das bandeiras, com o imenso verde do relvado e as suas marcações, os cânticos dos adeptos; era tudo aquilo que imaginara quando fazia campeonatos de futebol com caricas, que pacientemente apanhava nos cafés para pintar onze de cada cor e jogar num estádio feito com cartões de caixas de sapatos. Aliás, era ainda mais belo do que imaginara.


Não era brincadeira aquela equipa do Benfica, julgo que eram mais ou menos estes: Chalana, Stromberg, Maniche, Veloso, Paneira, Carlos Manuel, Álvaro, Valdo e...Bento. O Benfica ganhou com muito esforço por 2 a 3. A certa altura, o Vitória lança uma bola para junto da lateral, para as costas do defesa esquerdo benfiquista, que era o Álvaro. Lá vinha o ponta direita pronto para se dirigir para a baliza, mas o Bento sai destemido e chega primeiro à bola. A malta gritava:
- Atira para fora! Cede lançamento!
Mas o Bento, tinha outra ideia. Parou com o pé em cima da bola, o adversário à sua frente, pronto para lha tirar, a malta aflita a gritar e ele espera a aproximação do outro, simula uma, duas vezes, o outro avança decidido, o Bento põe o pé por baixo da bola e faz-lhe um chapéu, o Álvaro recebe e lança lá para a frente. Foi o delírio e ele acenar para nós agradecendo. Aqueles momentos fazem ainda hoje parte do meu imaginário.

Foi o melhor guarda-redes que eu vi defender, até hoje.

Até me vieram as lágrimas aos olhos quando soube da sua morte. Morreu um homem que me ajudou a sonhar e a ser feliz.

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Mal-Amados

-A propósito de Zeca Afonso-


Assim como noutros países, alguns músicos/compositores são reconhecidos, não só pela sua obra musical, mas também pela poética das canções, cá em Portugal qual é o caso que se assemelhe a isto?
Onde é que se vê nós darmos valor aos que fazem obra nesta ocidental praia lusitana? Parece que temos vergonha daquilo que somos e não abordamos a nossa própria vida em forma de arte.

Penso nestas merdas no vigésimo aniversário do cantautor Zeca Afonso. O homem foi um génio. É preciso afirmá-lo. Agora, porque defendeu certos ideais ou teve determinadas psoições políticas durante a sua vida, nós não devemos ser preconceituosos nem complexados, e muito ignorar as preciosidades de uma obra que tão variada, inovadora para a época, que divulgou muito da nossa diversidade e riqueza cultural, mas que ao não ser muito apreciado se perde no tempo e não influencia novos autores, que poderiam apontar novas direcções na produção cultural do país.

Ouço na rádio muita coisa parecida com o que vem de Londres ou Nova Iorque-e eu gosto de muitas coisas que vêm de lá-, seguem um determinado modelo, um estilo que já vem formatado e que é depois apenas reproduzido por cá. É um facto. E já cansa. Como diz o Sam The Kid, há alguma preguiça nisto tudo. Mas também não é possível serem todos óptimos desde que se esforcem. Hoje há mais qualidades técnicas, o que facilita, mas o talento não se cria numa fábrica de novas tecnologias. Ele nasce com as pessoas. E o talento nasceu e viveu em Zeca Afonso. Foi uma pena que tenha morrido tão cedo, porque com os novos meios que teria tido à disposição, tenho a certeza que teria feito coisas únicas.
O homem devia ser estudado nas universidades, ouvido na rádio, falado nos jornais, discutido, escutado em casa com atenção e devia influenciar novas gerações. Uma vez o Pablo Milanês disse que o Zeca era tão bom como um Bob Dylan, só que teve o azar de ser português. Parece que se tem vergonha. Assim é uma ponte, uma ligação que se perde. Ficamos mais pobres.
Mas tenho alguma esperança que isso irá acontecer mais dia menos dia, até por saturação de certos modelos com que nos massacram. Há coisas que cansam…

Foi uma bela noite com a Brigada Vítor Jara, no dia 23 no AMAC . Tocam há 30 anos, já tiveram várias formações, mas eu nunca os tinha visto. Bonita homenagem com “Venham Mais Cinco”e especialmente “La Gitana”. Final festivo com aquela algarviada marafada. Fui pela primeira vez ao Auditório. A sala é boa. Mas gostei mais da sala do Fórum José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, é muito mais acolhedora e proporciona uma certa intimidade nos espectáculos. Vou ver se consigo lá ir aos próximos concertos.

P.S. - O blogger vendeu-se ao google e este mandou-me introduzir de novo alguns dados, criar um mail e mais a puta que os pariu. De início recusei-me mas, como já não dava para postar mais, lá fiz o frete. tudo tem um preço, não é verdade?

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Zeca 20 Anos


Utopia

Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo mas irmão
Capital da alegria

Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
E teu a ti o deves
lança o teu
desafio

Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio este rumo esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

In Consultórios Íntimos

(Capa de um disco, com pinta de anos 70, bastante arrojada. Claro que nunca ouvi a música, mas pelo que se vê, arriscaria dizer que o estilo deve ser Porno Soul).


Andei a dar uma olhada nas revistas que custam 0.65 cêntimos.


"Quero soltar gemidos mas tenho vergonha do meu parceiro".
P.L., Olhão.

"Quero fazer um filme porno".
T.L., Porto.

"Tenho medo de sufocar, quando ele ejacula na minha boca fico com falta de ar".
F.S., Cascais.

"A vagina dela é muito estranha..."
Luís, Faro.

(in revistas: Maria, Ana, Tvguia Novelas e Telenovelas).

A dra.Maria Morais, o dr.Gabriel Frada, a dra.Elisabete Sequeira, entre outros, respondem às questões colocadas.

Há anos que me questiono se é mesmo verdade que existem pessoas que enviam para lá estas dúvidas sobre a suas vidas íntimas. Não será tudo inventado por quem trabalha para as revistas? Tipo jovem jornalista a dar os primeiros pasos e a ter que aceitar uma charutada destas para ganhar a vida. Onde é que um gajo vai arranjar inspiração para escrever estas coisas?
Porra...!