sexta-feira, março 24, 2006

Bush

Três amostras do pensamento político de Bush:

"Eu gostaria de ter estudado latim. Assim eu poderia comunicar melhor com o povo da América Latina."

"A grande maioria das nossas importações vem de fora do país."

"Se não tivermos sucesso, corremos o risco de fracassarmos."

quinta-feira, março 23, 2006

Campismo Selvagem Revisited



Estavamos enfiados numa enorme fila de trânsito há mais de uma hora, naquela estrada que vem do Meco e da Lagoa, para entrar na estrada de Sesimbra. Num pára-arranca de moer a paciência a um santo, dentro de uma velha carrinha Bedford conduzida pelo sr.João Aldrabão, o pai do Russo, que também lá estava, e mais cinco tipos lixados da vida, porque tínhamos sido impedidos de entrar no Parque de Campismo da Lagoa, devido à falta do cartão de campista, que ninguém possuía. Também era a primeira vez que íamos e como podia alguém lembrar-se de tal documento imprescindível?

De repente avistámos fumo, mas não se conseguia ver a que se devia. Quando nos aproximámos do local o Kevin, com o seu sentido de oportunidade, mete a cabeça fora da janela da carrinha e exclama em viva voz:
- Eh lá, ca ganda sardinhada…já jantava!
Só que, se aquilo se tratava de facto de uma sardinhada, não cheirava a tal. E não era. Logo a seguir à curva que nos impedia de verificar se era ou não sardinhada, estava um carro avariado a deitar fumo do motor e três gajos fulos a olhar para nós e com vontade de nos irem às fuças por estarmos a gozar com o seu infortúnio. O Kevin lá pediu desculpa aos gajos ameaçadores e seguimos.
Assim que ficaram para trás desatámos a rir à gargalhada. Foi mais uma saída famosa do Kevin, uma entre tantas outras.

Chegados ao Barreiro a desmotivação era geral. Discutíamos uns com os outros e ninguém se entendia. A agora o que é que iríamos fazer? Já não se acampa? Já antes tinha havido várias desistências; começaram por ser uns quinze a dizer que iam e acabámos por ser apenas seis. O Gordo até trocou as emoções deste primeiro acampamento por uma festa betinha de final de aulas lá na sua garagem, com malta da escola que tinha namorada certa. Como nós não reuníamos esta condição essencial não fomos convidados. No entanto, ainda lá fomos petiscar uns rissóis e croquetes e mamar uma cervejita a meias, não muita que aquilo era mais sumos e coca cola. Enfim, uma festa betinha.

Conversa puxa conversa, vamos para aqui e vamos para ali, e eis que surge o inevitável “morra quem se negue!”, mas a malta vai acampar de qualquer maneira, nem que seja para a Tease Beach. Ou foi o Lulu ou o Kevin que teve a brilhante ideia de irmos para Tróia para o parque que lá havia, que os gajos nem pedem cartão nem nada. Dito e feito e siga de comboio para Setúbal. Mais por teimosia e para provar aos cócós desistentes que conseguíamos ir.
Chegados a Tróia, enfiámos pela berma da estrada enquanto íamos esticando o polegar de cada vez que passava um carro, mas não tivemos sorte. Chegámos ao parque e estava fechado. E desde aquela altura nunca mais abriu. Mais um azar do camandro! Alguns queriam voltar para casa. Qual quê? Vamos fazer campismo selvagem e mais nada! Mais uma vez dito e feito.

Escolhemos o local rapidamente quando já o sol se punha. Tínhamos duas tendas para montar antes que ficasse de noite. A primeira pertencia ao Russo, o tipo mais organizado de todos, era novinha e comprada nessa mesma semana na Tutti Sports, era do mais moderno que havia no mercado e de fácil montagem. Nesta calhou o dono, o Lulu e o Paulo Cascavél. A segunda tenda era o oposto. Nela fiquei eu, o Kevin e o Camacho. Não havia maneira de conseguirmos montar aquilo bem, uma porra de tenda em lona da idade da pedra, emprestada pelo namorado da irmã do Camacho, o Orlando, que era um grande maluco de Palhais e que havia garantido ao pessoal que era muito boa, de fácil montagem, não entrava água nem frio, e que dava para quatro ou cinco pessoas à vontade. Nada disso. Sobravam peças, não ficava bem presa ao chão e fomos arranjar pedras para a segurar, experimentámos de várias formas e nada, ninguém atinou com aquilo e ficou assim no mais ou menos bem, para o que é serve. Além do mais ficávamos bem apertadinhos lá dentro. A seguir abrimos as latas de atum, de salsichas e os panados da mamã acompanhados de cerveja quente e lá jantámos em paz e sosssego. Começava oficialmente o primeiro acampamento da malta da rua.

Mais uma vez…enganámo-nos. Estávamos na hora dos cigarrinhos, digestivos e afins, enquanto o Kevin se encontrava nas dunas de rolo de papel higiénico nas mãos e a arrear o calhau, e eis que soou um trovão e começou a chover com toda força, levantou-se uma ventania que parecia que a natureza queria descarregar a sua fúria em cima de nós. Lá veio o gajo com as calças na mão em passo de corrida e recolhemos todos às tendas. Não tardou muito para que a nossa tenda começasse a ameaçar que se soltava e enquanto uns seguravam na dita, os outros foram buscar mais pedras para aguentar aquilo. Choveu toda a noite a potes e com rajadas de vento que parecia que íamos pelos ares. Choveu lá dentro também. Para piorar as coisas, o Kevin não parou de dizer:
- Estou a ouvir barulhos….está alguém lá fora, caralho!
E nós dizíamos:
- Então levanta-te e vai lá ver!
Mas, tá quieto, não mexeu uma palha e atazanou-nos o juízo durante toda a noite. Eu e o Camacho fomos lá fora ver e de facto não havia ninguém, claro. Era do vento. Só que ele dizia que eram passos que ouvia, que íamos ser assaltados e coisas do género. Que noite de merda! O que valeu foi o vinho tinto e a vat 69 que nos aqueceu.

A outra malta dormiu confortável e nós metidos naquela bosta de tenda emprestada pelo maluco do Orlando, que queria era ver o Camacho longe para poder estar à vontade e saltar para a espinha da irmã, a Vitinha, pois claro, que por sinal era boa como o milho!

Quando nasceu o dia nasceu trouxe um sol radioso como se nada se tivesse passado, como se aquele vendaval e chuva tivesse sido produto da nossa imaginação. A moral era baixa. Não havia condições para continuar. Arrumámos a tralha e apanhámos o ferry para Setúbal. Sábado à hora do almoço estava em casa cansado, com dores de cabeça do vat 69 e deprimido com o resultado do tão ansiado acampamento, primeiro falhado em dois parques e concretizado de forma selvagem, mas inglória. Fomos motivo de chacota dos que não foram. Desta vez ficaram os cocós a rir-se de nós. Que fim triste!


Mas no mês seguinte soubemos que um vizinho fora eleito presidente do parque da Lagoa, falámos com o homem e ele arranjou maneira de nos meter lá dentro com desconto especial e sem necessidade de cartão. A partir dali, era uma semana lá, uma semana em casa, uns vinham e outros iam…e foram dois Verões muito bem passados.

terça-feira, março 21, 2006

...enfiar os dentes onde não devia...

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2006/Março


Um cão quase arrancou o pénis do irmão do seu dono, na Alemanha. A história é revelada pela agência internacional Ananova, que descreve a situação.
Enquanto estava a brincar com o cão, a namorada do dono do cão gritou «ataca» por mera brincadeira, mas o animal, bem educado, acabou por enfiar os dentes onde não devia e por pouco não arrancou o pénis do homem em definitivo.
O homem pede agora indemnização à mulher que virá a ser sua cunhada porque, diz a mesma agência de notícias, a mulher não conseguiu sequer acudi-lo do ataque, uma vez que rebolou a rir no chão.
Para este homem a história não teve graça nenhuma.

Fantástica capa de um disco antigo...quando Bin Laden era cantor...

sexta-feira, março 17, 2006

Head Phones



Top MP3 para o fim-de-semana

- Les NegressesVertes "Face a la mer" (Massive Attack Remix)
- L.R.Burnside "Got messed up"
- Captain Beefheart "Her eyes are a blue miles away"
- Clap Your Hands Say Yeah "Upon this tidal wave of young blood"
- Donovan "Sunshine superman"
- Sonic Youth "Ça plane pour moi" (Plastic Bertrand cover)
- Nick Cave "In the ghetto" (Elvis cover)
- Townes Van Zandt "Waiting around to die"
- The Deadly Snakes "There goes my corpse again"




Hoje foi-me dado a ouvir uma boa surpresa musical, e é do Barreiro. Só ouvi uma vez, mas parece-me que temos musicaço para a estação Primavera-Verão que aí vem. Refiro-me aos The Act-Ups embriagados e stonados na Main Street. O tema está excelente !

Parece que o cd deles vai sair já em Abril...Estarei atento.

quinta-feira, março 16, 2006

Instantes...

11h . 30m Manhã de S*l

Barreiro, 16 Março 2006,

Polaroids

-Ó Caga-e-Tosse queres ir almoçar a minha casa?
-Quero pá!
De seguida agarra as suas partes fálicas e diz:
-Toma lá a chave!


A Sopa de Abóbora foi uma boa surpresa do sr.Fernando. Estou-lhe muito grato.
Não me importo que veja todos os dias a secção de necrologia do Correio da Manhã e que diga que conhece algumas das pessoas falecidas...

A propósito, apareceu lá um tipo que, logo me disseram, ter sido paraquedista em Tancos. Uma vez saltaram do avião, ali na zona do Ribatejo, e o gajo ficou preso e pendurado numa árvore no meio de uma ganadaria. Aproximaram-se três bois que se plantaram debaixo da árvore para lhe fazerem a folha. Entretanto, ao fazerem a contagem do pessoal faltava um. Era ele. Lá foram à sua procura até que o encontraram. O graduado manda o gajo descer da árvore... do género " ó sua libelinha do caralho desça já daí!". Ao que o mesmo infeliz e acagaçado homem que eu tive ali à minha frente responde:
- Foda-se, eu sou paraquedista não sou toureiro, caralho!
Consta que mais tarde foi expulso dos paraquedistas.
Também consta que a alcunha que lhe deram, o Morto-Vivo, se deve a que, em tempos, meteu uma dose de cavalo do de tal tamanho nas veias que o julgaram morto, de tal modo que chegou a estar na casa mortuária da Igreja de Santa Maria, velado por familiares e amigos. Só que, já pela noite dentro, naquele ambiente pesado e sonolento dos velórios, o gajo começou a tossir e levantou-se a dizer:
- Foda-se, que merda é esta, caralho!
O pessoal sobressaltou-se, apanhou um cagaço do caraças e alguns meteram a fugir a sete pés, dizendo que o morto tinha acordado.
Ficou, então, a ser conhecido por Morto-Vivo.

segunda-feira, março 13, 2006

Sugestão



Uma viagem ao passado para recordar músicas de séries de animação, de anúncios da rádio e tv e séries de ficção que nos acompanharam na infância e adolescência.

Maravilhas como Tom Sawyer, Heidi, Marco, Conan, Sandokan, Verão Azul, D´Artacão, Marretas, Amigos do Gaspar, Zé Gato, Os Cinco, Sítio do Picapau Amarelo, Fame,etc...

Anúncios míticos como a pasta medicinal Couto, o restaurador Olex, Laranjina C, Capri-Sonne, Bic, Quitoso, etc...

Músicas como Eu vi um Sapo, o Areias, Avô Cantigas e outras...

Vão ver aqui: http://www.misteriojuvenil.com/piratas_momentomagico.htm , que e não se vão arrepender.

As séries da minha preferência, na altura, eram o Tom Sawyer, Os Cinco, Sandokan e Verão Azul (o Piranha!). Além destes, adorava Uma Casa na Pradaria, Tarzan e Bonanza. Mais tarde, na adolescência, havia o Hitchcok, o Twilight Zone, o Polvo, os Goonies, o Sherlock Holmes, Monty Python Flying Circus, Beni Hill, a Maude, Allô Allô, o Homem da Atlântida, e mais que não recordo agora. Nunca gramei muito o Dallas, nem o Fame.

sexta-feira, março 10, 2006

AC/DC

Ontem Cavaco foi ordenhado,...perdão, ordenado Pés e Dentes da Nação.
Portugal divide-se em dois períodos históricos:
Antes de Cavaco (AC) e depois de Cavaco (DC).
O que dá AC/DC, tal como Cristo e tal como a banda de rock.
Sampaio foi mais do obnóxio cuncumitante da ética democrática e do ó pá... este é mais aaaahhh...
Agora, é só esperar e gramar 10 anos de pastilha.

E mais não disse.

quinta-feira, março 09, 2006

Discos Perdidos


Capa de um e.p. d´OS MORGANS, grupo português dos anos 60.

BENFIIIIICAAAA !!!!!!

Champions League
Anfield Road


Liverpool 0
Benfica 2
(Simão,Micoli)

quarta-feira, março 08, 2006

Dia da Mulher


Que mulher nunca teve
Um sutiã meio furado,
Um primo meio tarado,
Ou um amigo meio viado?
Que mulher nunca tomou
Um fora de querer sumir,
Um porre de cair
Ou um lexotan para dormir?
Que mulher nunca sonhou
Com a sogra morta, estendida,
Em ser muito feliz na vida
Ou com uma lipo na barriga?
Que mulher nunca pensou
Em dar fim numa panela,
Jogar os filhos pela janela
Ou que a culpa era toda dela?

Que mulher nunca penou
Para ter a perna depilada,
Para aturar uma empregada
Ou para trabalhar menstruada?
Que mulher nunca comeu
Uma caixa de Bis, por ansiedade,
Uma alface, no almoço, por vaidade
Ou, um canalha por saudade?
Que mulher nunca apertou
O pé no sapato para caber,
a barriga para emagrecer
Ou um ursinho para não enlouquecer?
Que mulher nunca jurou
Que não estava ao telefone,
Que não pensa em silicone
Ou que “dele” não lembra nem o nome?
(by correntes de e-mail!)

Kissinger Não é Bem-Vindo !

Henry Kissinger (aargh!!) vem a Portugal para uma conferência em Maio...

Não deixem que isso aconteça!

Ver "O Império das Mentiras" aqui:

Http://mentirocracia.blogspot.com

Adeus Ali Farka Touré - 07-03-06


2006/03/07 ** Morreu Ali Farka Touré

Ali Farka Touré, um dos músicos africanos mais conhecidos, vencedor de dois prémios Grammys, morreu esta terça-feira no Mali, após doença prolongada, anunciou o Ministério da cultura maliano, citado pela Agência Lusa.
Touré, um dos pioneiros do jazz conhecido como «Mali Blues», morreu na capital do Mali, Bamako, aos 67 anos, e será sepultado quarta-feira na sua aldeia natal, Niafunke, no norte do país, junto ao rio Níger, segundo a mesma fonte.
Conhecido também como «Bluesman» de África, Touré tocava guitarra e gurkel, um instrumento de cordas tradicional do Mali, e ganhou prestígio internacional depois de vencer o primeiro Grammy em 1994 pela sua produção conjunta com o guitarrista norte-americano Ry Cooder do álbum intitulado «Talking Timbuktu».
Apesar de sempre ter afirmado que a sua música tinha raízes nos sons tradicionais do norte do Mali, aparecia em palco com chapéus de cowboy e reconheceu por várias vezes que se inspirava também em músicos ocidentais reconhecidos como Ray Charles, Otis Redding e John Lee Hooker.
O segundo Grammy foi-lhe atribuído este ano na categoria de música tradicional do mundo pelo álbum «In the Heart of The Moon», que produziu em colaboração com o seu compatriota Toumani Diabate.

in Portugal Diário

terça-feira, março 07, 2006

Alto Seixo Dixit

Segunda-Feira, 6 de Março de 2006. São 23 h e 20 m e aqui estou eu, como sempre às 2ªs, a ver a série "Roma" no canal 2. A noite está calma lá fora...aliás, estava. É que, de repente, vem alguém a passar na rua aos berros, o que me tira o sentido do Senado romano e interrompe a leitura à minha cara metade. Quando passa por baixo da nossa janela é que consigo descortinar as palavras que ia repetindo, ei-las:

- Esta rua é uma rua de merda, é só putas e cabrões!

E lá se afastou absorto na sua ladaínha nocturna.





O primeiro senhor está sentado no banco e há outro que se aproxima. O primeiro pergunta-lhe:
- Ó Amorim gostas de jogar à sueca?
O outro responde:
- Gosto sim.
Então, o primeiro arremata-lhe com esta:
- Então, embaralha com a língua que o trunfo é c**a!

sábado, março 04, 2006

Aviso

O Ministério avisou:



Ou não viram, ou não ligaram, ou burrifaram-se para o aviso e, mais tarde, este foi o resultado:






Comentários


Esta manhã, duas pessoas que olhavam para as gordas deste jornal comentavam os títulos:

"Mel C assaltada por fãs em Lisboa"

Comentário:
"Olha, diz que esta foi assaltada em Lisboa! Isto está bonito, está!"

*************

"Brasil - avião da TAP aterra fora da pista"

Comentário:
"Foi por causa da neve!"

sexta-feira, março 03, 2006

Descubra as Diferenças


Num mesmo corpo coabitam a Bela e o Monstro.
Ou será com e sem ressaca?
Ou as gajas são na realdidade bué de fatelas e é só cremes e botoxes?
Ou têm que dormir com o produtor para terem trabalhinhos?
Ou clonaram só a parte boa?

Vai lá, vai...! Chiça!

quinta-feira, março 02, 2006

Saudades Gastronómicas

Ela disse:
- Há tanto tempo que não comemos uma Telepizza.

Ele disse:
- Não tenho saudades nenhumas disso.

Depois

Ele disse:
- Há tanto tempo que não comemos um Ensopado de Borrego.

Ela disse:
- Vai-te mas é catar!

Esther - Clandestina

Sentada numa sala de um centro para imigrantes clandestinos em Bayti, perto de Casablanca, Esther diz que foi a sua mãe, doente e divorcida, quem tomou a decisão de a enviar para a Europa. Pagou 200 euros a Kofi e Rosette, um casal que ia emigrar com os seus três filhos e que tomaram conta de si.

Desde Brazavile, Rep.Dom.Congo, chegaram a Bamako, no Mali. Ali conseguiram documentação falsa e seguiram de autocarro até à Argélia. Chegados, a polícia descobriu-os e retirou-lhes os papeis. Passaram fome, sede e sofreram com o frio insuportável do deserto. Esther conseguiu trabalho na apanha do tomate num local perto de Argel. Foi dando para juntar algum. Mas, quando se preparavam para rumar a Marrocos, foram assaltados e roubaram-lhes todo o dinheiro que tinham. Mais tarde, seguiram para Marrocos, andaram noite seguidas para tentar entrar naquele país, dado que a fronteira se encontra oficialmente fechada. Chegaram à cidade marroquina de Oujda, onde conseguiram obter nova documentação.



Dali, em vez de seguir para norte até Melilla com os outros, foi parar sózinha a Casablanca onde deambulou pelas ruas desconhecidas, até ser acolhida por Jean-Luc Blanc, um pastor evangélico, que a levou para o centro onde se encontra a contar a sua história. Agora frequenta um colégio onde ensinam francês e árabe. Já fala ambas as línguas.

As autoridades marroquinas, para limparem a má imagem na sua relação com os imigrantes clandestinos, organizaram uma visita de jornalistas a este centro. Havia no grupo um jornalista congolês. E a notícia passou no Congo.

Esther esboça um sorriso. Acabara de receber uma chamada da sua mãe, que tenta arranjar dinheiro para a levar de volta a Brazaville. Há três anos que não se vêem. Há três anos que não se falavam. Esther tem agora doze anos de idade e muitos mais de sofrimento.