sexta-feira, dezembro 23, 2005

Boas Festas


A todos Boas Festas e Feliz 2006 !

E mái nada...

2005: um balanço (incompleto)

Algumas coisas que me aconteceram e me deram mais prazer durante este ano que termina. Algumas delas são mais antigas e outras só agora as descobri, mas o tempo não apaga a qualidade, nem a falta dela.

O melhor:
-A minha família
-Férias na Rep.Dominicana
-Uma semana a dormir em Évora
-O livro do Richard Zimmler, as crónicas vol.1 do Bob Dylan e "Poeta e Espião" entrevistas a Oswald Le Winter.
-Os cozinhados da Ana, principalmente o Chili, o Bacalhau com espinafres e umas Migas não sei quê com Bife
-A descoberta da música de Townes Van Zandt (disco "Our mother the mountain"), Arcade Fire, Magic Numbers, Bob Dylan (mais um ano de vício), Amadou & Mariam (Senegal Fast Food é um must) e algumas canções magíficas como "Soul meets body" dos Death Cab For Cutie, "We´re from Barcelona" dos I´m From Barcelona, "In a funny Way" dos Mercury Rev, "The Weight" The Band, "There goes the sun" dos Pernice Brothers, "Poor man´s shangri-la" de Ry Cooder, "Somebody knocking" de Robert Plant, "Let me stay awhile" de Bergen White e "5 degrees below zero" dos Richmond Fountain...
-o filme "Lost in translation" , o documentário "the Blues" de Scorcese, e um documentário sobre os lendários músicos da Motown, os The Funk Brothers.
- O não ao Tratado Constitucional Europeu
- Benfica campeão
-PS foi corrido da C.M.Barreiro
-O Chavez e agora o Evo Morales a dar cabo da cabeça ao Bush
-Cada dia é um novo dia

O pior:
-Atentados de Londres
- Políticos portugueses
- Televisão
- Mentiras do Sócrates
- A peça de teatro " O défice é...como enganar papalvos e aperta aí o cinto ó carneiro!", encenada por Sócrates, Sampaio e brilhantemente interpretada por Constâncio-El Governador del cacao
-The return of Cavaco...o clonezinho do Salazar
-Novela(o) Casa Pia episódios 3098 a 10 582
-Bush e Compª.
-O embuste da gripe das aves
-Incêndios
-Uma procissão em Lisboa...lamentável
-Quem matou o António?
- Os euros não dão para nada
- Já não ter ilusões, porque tê-las era até que era bom, mas já não consigo...
-A falta de memória deste povo
-Saber que 2006 será uma merda com o que já temos e com o presidente que aí vem; vai-se compôr o ramalhete e enterraremos a democracia, porque já estamos na oficialmente na cleptocracia há vários anos
-Prémios MTV em Lisboa e nem um artista nacional deixaram actuar! E toda a gente fez vénias à cena !?

terça-feira, dezembro 20, 2005

Star Gay

Acaba de ser conhecido o novo herói dos tempos modernos e que vai arrasar toda a concorrência.
Qual Homem Aranha?, qual Batman?, qual Cap.América?, qual Harry Potter?.
Vocês passaram à história!
Eis, agora, o maior e o mais poderoso dos super-heróis de todo o universo e arredores.

Senhoras e senhores, apresentamos em exclusivo mundial, o grande...


sábado, dezembro 17, 2005

Foi inaugurado um novo Blog cá no sítio, intitulado "O Império das Mentiras, tomem nota:
http://mentirocracia.blogspot.com

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Love will tear apart...again?

Soube hoje que os três ex-elementos vivos dos Joy Division, os New Order, estarão a encarar seriamente voltar a gravar sob aquela denominação para a banda sonora do filme sobre o falecido (em 18 maio 1980) cantor Ian Curtis. Ao que consta terão tocado recentemente ao vivo temas da antiga banda e encaram a hipótese de criar novas músicas como Joy Division.

Não sei...isto de desenterrar velhas glórias, ainda por cima faltando um elemento da formação original, deixa-me sempre de pé atrás. Veja-se o caso dos Doors com o vocalista dos Cult a imitar os gestos e imagem do Morrison...que falta de chá!
No entanto, também acontece a coisa resultar. Os Velvet Underground voltaram aqui há uns anos e, apesar de nada acrescentarem, não fizeram figura ridícula. Os Love também se limitaram a recriar a obra-prima "Forever Changes" de 1967 e não desiludiram, pelo menos na digressão pela Grã-Bretanha, porque aqui no Sudoeste o mentor e fundador Arthur Lee deixou o resto dos músicos pendurados e não apareceu. Os Stooges reapareceram com força, por culpa da energia do velho-jovem Iggy Pop. Agora os Gang of Four também têm novo disco que não os envergonha de forma alguma. Ele há casos e casos...
Depois há aqueles que nunca pararam completamente como o Dylan, Springsteen, Young, Cohen, Reed, Cave, P.Smith, que vão dando sinais de vida de tempos a tempos, uns mantendo o bom nível, outros oscilando entre o bom e o mau.
Também acontece estes regressos terem razões de carteira, a malta anda ali pelos 50 anos, a criatividade escasseia, não produz novos êxitos, há contas para pagar, a editora quer ver se ganha mais algum, e lá se faz um novo disco ou reeditam-se obras importantes com novo embrulho, faixas extras, take 28 da canção x, junta-se um dvd manhoso com imagens de backstage sem qualquer interesse, um remix pelo dj ya man, etc...

Mas voltando aos Joy Division e ao filme sobre o Curtis, espero de todo que aquilo não resulte em nada de foleiro- tipo santificação de um artista que se enforcou aos 23 anos porque Deus leva os jovens génios para junto de si. Aquele tipo de glorificação cliché sex & drugs & rock ´n roll que, no caso, não se ajusta de todo.

Pelo que li sobre o filme que se prepara, baseia-se no livro escrito pela viúva Deborah Curtis denominado "Touching from a distance", cuja edição portuguesa tem o título de "Carícias Distantes" (Assírio & Alvim-1996). No livro a ex-companheira exorciza a culpa, a perda, a confusão, a incompreensão que pautou a vida do casal, a incapacidade de harmonizar a sua relação familiar com as exigências da vida de cantor e o drama de Curtis pelo agravar da sua doença-epilepsia- que, para além dos mais próximos, ninguém parecia dar a devida atenção. No fundo o livro faz a desconstrução de um mito tornado objecto de culto pela aura que se criou devido ao seu suicídio, às suas letras enigmáticas e negras, e à sonoridade claustrofóbica das músicas. Fala de um gajo de carne e osso que faz as coisas normais como qualquer outra pessoa, mas alguém que também oscilava entre a alegria, a ternura, a paixão, o amor e as crises da doença, o mal estar, a fuga, a infidelidade, a mentira e a crueldade da relação...

Porque a música dos Joy Division muito me acompanhou e ajudou a ser aquilo que sou, para o bem e para o mal, faço figas para que este antes improvável regresso se faça com um mínimo de dignidade e respeito. Até me dá arrepios...!

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Jack London e o Povo do Abismo





Jack London (1876-1916), publicou em 1903 "O Povo do Abismo" que relata e desmascara o embuste que constitui a Civilização Moderma, onde a barbárie continua legitimada pelo voto democrático. Aqui deixo um excerto:



«Lancemos um olhar sobre o abismo social no seu todo e coloquemos certas questões ao mundo civilizado, para as quais encontrará justificação ou não. Por exemplo, a Civilização melhorou o destino do homem médio?

Vejamos. No Alaska, nas margens do Yukon, perto da foz, vive um povo primitivo, os Inuits. São uma manifestação muito ténue e fugaz desse tremendo artifício a que chamamos Civilização. O seu rendimento anual deve andar à volta das 2 libras por pessoa. Caçam e pescam para se alimentar, com lanças e flechas com pontas de osso. Nunca têm falta de abrigo e as roupas, quase sempre feitas com peles de animais, são quentes. Não lhes falta combustível para acender fogueiras e madeira para construir as casas, que enterram até meio, instalando-se confortavelmente lá dentro nos períodos dos grandes frios. Durante o verão, vivem em tendas abertas à brisa e ao ar fresco. O único problema que os aflige é a alimentação, porque há fases de abundância e períodos de fome. No primeiro caso, consomem o mais que podem e passam privações no segundo.
Mas não conhecem a fome reduzida ao estatuto de situação normal e alargada a milhares de pessoas. E não têm dívidas.

No Reino Unido, à beira do Atlântico, vivem os ingleses. É um povo, completamente civilizado. O rendimento anual de cada habitante é pelo menos de 300 libras. Não angariam os alimentos pela caça e pela pesca, mas trabalhando arduamente, em enorme fábricas. Na maior parte dos casos, estão mal alojados e às vezes nem sequer têm abrigo, falta-lhes combustível para se aquecerem e não têm agasalhos suficientes. Um número sempre constante de pessoas nunca teve casa e dorme ao relento. Encontram-se muitos a tiritar de frio pelas ruas, esfarrrapados. Quando tudo corre bem, a maioria arranja comida e, quando corre mal, morrem de fome, como morriam no passado e como morrerão no futuro. A Inglaterra tem 40 milhões de habitantes e 939 mil morrem na miséria, enquanto um exército permanente de 8 milhões se debate nos limites da miséria. Além do mais, cada bebé que vem ao mundo já nasce com uma dívida de 22 libras, graças a um artifício a que chamam Dívida Nacional.

Se considerarmos o inuit médio e o inglês médio vemos imediatamente que a vida é mais clemente para o inuit. Enquanto ele só passa fome nos momentos mais críticos, o inglês suporta-a toda uma vida. O inuit nunca tem falta de combustível, de roupas ou de casa, enquanto o inglês gasta o tempo todo à procura destes três elementos indispensáveis à vida.

É por isso interessante o que disse Huxley, que trabalhou como médico no East End de Londres: “Se me dessem a escolher, preferia, sem hesitação, viver entre estes selvagens, em vez de levar a vida dessa pobre gente da cidade cristã de Londres.”

O bem-estar de que goza o indivíduo é produto do seu trabalho. Visto que a Civilização não pode dar ao inglês médio a alimentação e o abrigo que a natureza dá inuit, surge imediatamente a questão:
A Civilização aumentou a capacidade produtiva do homem médio?

Mas, responder-me-ão, ela aumentou essa capacidade, visto que cinco padeiros podem fabricar pão para mil pessoas, e um só homem pode produzir roupas para 250 indivíduos, botas e sapatos para mil. Então, se aumentou a capacidade produtiva porque não melhorou a sorte do homem médio?
A esta pergunta só se pode responder de uma maneira: devido a uma má gestão.
É evidente que se 40 milhões de indivíduos, com o auxílio da Civilização, possuem uma maior capacidade produtiva que os inuits, esses também devem poder gozar de maior bem-estar material e muitos mais prazeres espirituais.

Um vasto império sucumbe às mãos destes gestores incapazes. Fizeram um trabalho de sapa e revelaram uma incompetência invulgar, além de que desviaram fundos públicos. Nenhum dos responsáveis dessa classe dirigente pode deixar de ser condenado na barra do tribunal da Humanidade. Não há que enganar, a Civilização centuplicou a capacidade produtiva da humanidade e, em consequência da má gestão, os civilizados vivem pior que os animais, têm menos que comer e estão menos protegidos do rigor dos elementos que os selvagens inuits num clima muito mais frio. Vivem hoje como na Idade da Pedra, há mais de 10 mil anos.»

terça-feira, dezembro 06, 2005

1100 Discursos

Excertos de uma notícia:

"Desde o início do primeiro mandato, a 9 de Março de 1996, o Presidente da República já proferiu mais de 1100 discursos. O que equivale a uma média de dez intervenções mensais(...).

(..)«Os discursos são do senhor Presidente», sublinhou o Gabinete de Imprensa da Presidência (...).

(...)Agosto é o mês do ano em que Jorge Sampaio menos discursa. No site oficial da Presidência da República não existe, por exemplo, nenhum registo de qualquer intervenção presidencial nos meses de Agosto de 1996 e de 2001(...).

(...) Desde 1996, o ano em que a pena de Sampaio mais laborou foi 1999, com cerca de 160 discursos.
2000 foi, pelo contrário, o que menos obrigou à intervenção do Presidente: 84 foi o número total de discursos proferidos."

Fim do excerto.


Ora vamos lá ver:

Ficámos a saber para que tem servido o Presidente, mas, em concreto, no dia a dia, naquilo que é palpável e naquilo que tem a ver com a vida do povo qual foi o resultado de tanto discurso? Mudou alguma coisa? Melhorou a nossa vida? Resultou em mais emprego, melhor educação, melhores políticas, mais desenvolvimento?

Ena pá, e foi o próprio a escrevê-los !? Então para que servem tantos assessores remunerados acima da média? Estes não escrevem nada? Ou só corrigem e passam a computador?

Ora, então, vejamos Agosto teve menos discursos...sol e mar sol e mar lá lá lá, pois então, como qualquer português que ao regressar de férias viu a empresa fechada e dos patrões nem rasto! Daqueles patrões modelo e com direito a inauguração oficial, visita em campanha de votos e benefícios fiscais como todos os portugueses...

1999 foi cá uma estafa, pá! Em 2000 foi a ressaca, andou a curá-la...

Qual a diferença entre estes fantásticos 1100 discursos e os discursos do cão Jardel, que é um cão que anda todos os dias ali pela zona de Sta.Maria a ladrar que nem um louco a quem passa?

O Tesouro Que Não Era

Houve um extraordinário caso no Barreiro, ocorrido no ano de 1871. Durante três dias de Agosto daquele ano, saiu num jornal de Lisboa uma declaração de Francisco Gomes, um boieiro de 22 anos que anunciava:

"...que foi o achador de um depósito de oiro enterrado na quinta denominada do morgado dos Albuquerques, no Lavradio, e que, pela qualidade do oiro, ter sido feito esse depósito há mais de trinta anos, chamando a quem de direito tiver esse depósito, para o deduzir dentro do prazo de dois anos".
Dias depois, o Diário Popular noticiava que o achador avaliava o tesouro em 20 milhões!
Porém, a 17 desse mês de Agosto, o Jornal da Noite informava os seus leitores:
"Já está na cadeia o homem que se inculcava o achador do tesouro do Lavradio."
O administrador do concelho mandou fazer escavações para verificar a existência do tesouro, mas este não apareceu. O Francisco Gomes foi preso, acompanhou os guardas na busca, mas empatando-os o quanto podia.
Apesar de nada aparecer, ele asseverava a existência do ouro. Afinal de contas, tratava-se de um truque para extorquir dinheiro a possíveis investidores cobiçosos na pesquisa de um tesouro inexistente!
Com isso arranjou boa maquia, que lhe permitiu ter duas moças metidas no seu quarto e, na altura das escavações oficiais, convidar os guardas a merendar e prometer a cada um fato novo e um dobrão de ouro quando o tesouro aparecesse.
Conta-se que um dia, o Gomes apareceu com uma caveira dizendo que lhe tinha ido parar às mãos no cemitério e uma voz o avisara ser de sua mãe! Mas a lata do Francisco era tal que, tendo começado as escavações oficiais num sábado, pediu que fosse respeitado o domingo como dia de descanso, continuando-as apenas na segunda. Proposta que foi aceite pelo paciente administrador...
O Gomes quis levar a escavação para debaixo de uma casa, a qual, a realizar-se, poderia provocar uma derrocada. Mas o proprietário não o consentiu. A dada altura, no subsolo apareceram dois degraus, mas também não tinham continuidade.
Entretanto, os investidores burlados que se queixaram já chegavam a quatro!
Segundo o Diário Popular, a prisão foi a melhor coisa que poderia acontecer aos Gomes, pois se a polícia os não levava, a população preparava-se para fazer um linchamento em forma!
Todavia, o Francisco Gomes, a dada altura mandou o pai chamar o padre para que rezasse uma missa de corpo presente, pois vestido de frade tencionava meter-se num caixão.
Mas, o Padre é que não esteve pelos ajustes deste sufeito, que se transformou em lenda barreirense!
Nota: Retirado do Livro "Lendas de Portugal" Autor Viale Moutinho, Edição DN 2003

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Eles Andam Aí!



Sozinhos, aos pares, em grupos e aos magotes.

Eles andam aí.

A falar, calados, opinando ou nem tanto.

Eles andam aí.

Prometendo, comprometendo, baralhando e voltando a dar.

Eles andam aí.

Uns mortos, outros ressuscitados por obra e graça, bem parecidos ou nem tanto, anunciam a boa nova ao rebanho domesticado pelas máquinas de marketing profissional.

Venham todos, tragam amigos e conhecidos, ponham os óculos 3D e apreciem o espectáculo, o grande buraco...vazio, o magnífico eclipse da democracia a ter lugar no cú da Europa!