segunda-feira, novembro 14, 2005

Noite & Cidade


Sobe a rua uma estranha figura
pela calada da noite fria
pára e crava um cigarro
à porta da pastelaria

Vai sem pressa mas decidido
embora não o pareça
dá uma passa profunda
que alivia a cabeça

Enfia depois por uma viela
subindo outravez
os olhos piscam no escuro
brilham de embriaguês

Ao longe soam sirenes
que denunciam o horror
ele encosta-se ao balcão e
pede uma cerveja se faz favor

Incógnito na noite
bebe três de seguida
e retoma a caminhada
entretanto interrompida

Pela postura não se adivinha
exibe uma calma insuspeita
as ruas são a sua casa
a morte é a sua companheira

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