quarta-feira, janeiro 24, 2007

Eu, Leitor...

Pois é...Eu admito, aliás, confesso que não resisti e li o livro. O mais badalado dos últimos tempos. Mas não o comprei, foi-me emprestado. Aquilo é leitura para umas duas horas e tal e já está.
E ainda bem...
Conta resumidamente a vida da senhora desde o nascimento até ao fim do romance com Pinto da Costa. A infância, a adolescência, a família, a grande ligação com a avó e a morte desta. Aos 16 anos envolve-se com um tipo de 40 e tal, que era um mulherengo e pouco recomendável, e entra em ruptura com a família. Foge com ele. Depois é internada num colégio de freiras, regressa a casa e reconcilia-se com os seus. Volta a fugir com o homem, tem dois filhos, a sua vida torna-se um inferno e um dia foge com os miúdos para casa de um tio. No entanto, o dinheiro não abunda e, através de uma amiga, vai trabalhar para a casa de alterne "O Calor da Noite", o que lhe permite equilibrar as finanças. Tinha 22 anos.

Neste estabelecimento contacta com os habituais cromos que o frequentam: tipos em crise conjugal, desavindos com filhos, solitários, os respeitadores que só querem conversar, os abusadores-como empreiteiros que se julgam os donos do mundo e só dizem alarvidades, além de tratarem os outros abaixo de cão, dirigentes e empresários do futebol, entre os quais os do Futebol Clube do Porto. Pouco depois seria apresentada a Pinto da Costa, que se torna presença assídua, levando-a a casa e começando a sair juntos. Iniciam uma relação. Novamente outro homem bem mais velho.

O presidente do FCP arranja-lhe casa. Deixa a casa de alterne, após a família descobrir. Todos pensavam que trabalhava à noite na bilheteira de um cinema. Uns tempos depois, dá-se a primeira desilusão, ao descobrir que Pinto da Costa é casado. Chateiam-se, mas ele dá-lhe a volta e ela perdoa-lhe. Começa a ser ameaçada pela mulher dele, uma tal de Filomena, que até lhe faz esperas.

O livro fala bastante dos cães e gatos que vivem com eles. Começa a acompanhar a vida do clube ao lado do seu presidente, e é quando se torna conhecida. Para além dos episódios da intimidade do casal, fala dos dirigentes e outros que prestam vassalagem a Jorge Nuno, do seu imenso poder, dos árbitros controlados e que vão lá a casa, dos telefonemas para influenciar, meter a cunha, pagar ou fazer um favor, dos sucessos do clube e dos jogos, dos seus ódios de estimação, como o Benfica e o Scolari (o homem até comemorou com champanhe a vitória da Grécia no Euro 2004!), do caso "Apito Dourado" e sua fuga estratégica para a Galiza, da tareia ao vereador de Gondomar, e por aí fora; todos já largamente divulgados na comunicação social.

E pouco mais tem.

Em resumo aquilo é do género:
Fui feliz com o Pinto da Costa, tratava-o com um príncipe, como um "filho", mas, a partir de certa altura, fui posta de parte e levei um valente chuto do homem a quem dedicara 6 anos da minha vida, dando a cara por ele e defendendo-o até ao fim do mundo.

Reconheço-lhe todo o direito em ficar magoada com o senhor, agora meter aquilo tudo num livro e publicar é uma vingança fria e bem servida.

Pormenores íntimos à parte, aquilo que ela conta fica-se apenas pela rama, é muita parra e pouca uva, é tudo aflorado de uma forma muito superficial. Diria mesmo mais: Aquilo como livro é uma merda! Aliás, aquilo é uma valente bosta!

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