quarta-feira, outubro 11, 2006

Los Diablos da Famel



O Abel e o Rodas eram os verdadeiros The Famel Devils - uma dupla que impunha respeito ao resto das pessoas, inclusivé à GNR, que era composta apenas por 2 indivíduos e que nunca eram da terra. Vinham de outras terras da zona ,(normalmente) e às vezes até vinham de lugares mais a norte como o Fundão ou a Covilhã.

A mota explodiu - fala de uma situação, absolutamente real, que aconteceu lá na terra em finais dos anos 80. Os dois tipos, numa certa noite de verão; daquelas de um calor abrasador e abafado característicos do Rosmaninhal, saíram do café junto à Capela do Espirito Santo, onde tinham estado a mamar minis há horas, para irem a outra aldeia onde havia festas. Eles queriam jantar umas febras ou um frango assado, qualquer coisa assim. Mas a mota famel não tinha maneira de pegar, já tinham tentado de várias maneiras e ela não pegava mesmo. Então, o Abel lembra-se "...que se calhar a mota não tem gasolina, é melhor a gente abrir o depósito para confirmar". Dito e feito. Só que como estava muito escuro, porque a lâmpada do candeeiro público estava fundida, eles não conseguiam ver bem. Havia por ali muita malta a olhar para aquilo, mas estava posicionada no lado oposto da rua. E o que é que aconteceu ali naquela noite?

Ora bem, o Rodas saca do bolso uma caixa de fósforos, diz ao Abel "...segura aí na mota!", acende o fósforo, posiciona-o aceso junto ao depósito, baixa a cabeça para ver melhor, o depósito começa a arder, o gajo ainda queimou uma parte do cabelo e da testa, o Abel larga para o chão a puta da mota em chamas, acende-se uma bruta labareda, a malta começa a fugir rua abaixo e rua acima e, por fim, dá-se uma enorme explosão, que se ouviu a vários quilómetros, e uma bola de fogo queimou completamente a parede do café, de cima a baixo.

Uma das coisas mais impressionantes que vi até hoje.

Eram os verdadeiros The Famel Devils. Voltei a falar deles porque estive com os meus primos da Idanha, o J.A. e o P.J., que me contaram com é que parava a malta da nossa meninice. O Abel tosquia ovelhas e até faz trabalhos para os meus primos, enquanto que o Rodas anda por lá com um tractor e a apanhar bebedeiras. Há pouco tempo foi multado por um gnr lá da terra, quando ia de mota com alcool a mais. Na noite seguinte fez uma espera ao gajo e deu-lhe uma tamanha carga de porrada, que até tiveram de levar o gnr ao hospital de Castelo Branco. Agora vai a tribunal e pode ser preso. Granda maluco!

Aliás, por aquelas bandas ficaram alguns malucos. Outros malucos fugiram de lá. Uma terra um pouco maldita.

Javalis ao balcão - é sobre 2 javalis que numa tarde entraram pelas ruas da povoação, vieram descendo lá do alto e, chegados ao mesmo café, não foram de modas e entraram mesmo lá para dentro, a malta deixou cair as minis para o chão com o susto e tudo, olharam e voltaram para a rua, continuaram e enfiaram pelos campos adentro. Vieram logo os homens com caçadeiras, subiram para uma carrinha de caixa-aberta e partiram para uma perseguição aos javalis. Nunca os encontraram. Cá para mim e como sempre disse: os javalis queriam beber...uma mini.

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